sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A tal da morte*

Já faz um bom tempo que ensaio para escrever algo desse tipo aqui...e para ser sincera faltava (na verdade ainda falta um pouco) coragem para começar...
O assunto é em si complexo e pelo menos para mim, assustador.
Devo ter ouvido falar dela (dessa tal de morte) quando ainda era pequenina...e mesmo não entendendo direito o que ela significava eu já sentia medo e ia para a cama dos meus pais no meio da noite cada vez que ouvia falar que alguém morreu....
Aos 7 anos ela entrou na minha família, sem avisos, sem preparação...minha mãe havia acabado de dar a luz ao meu irmãozinho mais novo, estávamos felizes, celebrávamos a vida quando de repente pluft...alguém chega e nos dá uma notícia de morte...era o meu avô, pai da minha mãe, aquela mãe que antes estava tão feliz por ter dado vida a um ser, agora se acabava em prantos por perder seu pai....vida esquisita essa...um nasce, outro morre, eu teria pensado isso se não fosse ainda tão criança...não quis vê-lo morto....tinha pavor de gente morta, fiquei com a vizinha, ou melhor, ela ficou cuidando de mim e do meu irmãozinho que havia acabado de chegar ao mundo...nem sequer tinha noção do q era viver, quanto mais morrer....toda minha família foi lá para a casa da minha vó e depois para o cemitério...as 16h daquela tarde triste e chuvosa ouvi o soar do sino que anunciava o enterro do meu avô...mal lembro dele...mas ainda ouço aquele som ruim tocar em meus ouvidos...já se passaram 22 anos...é uma cacofonia, diria minha professora de latim...um som desagradável aos ouvidos...
Meu avô não era muito velho, e morreu do coração...bem de repente, bem na porta do hospital, que ele tanto odiava, e esse dia resolvera ir, pois não se sentia bem, minha tia insistiu, ele foi, mas quando estava na porta, desmaiou e não mais acordou...
Eu cresci...e a morte tornou-se mais triste, mais confusa, mais temerosa para mim...a vejo como uma inimiga que vem e rouba os sonhos daqueles que acham que terão toda uma vida para realizar...todos sabemos que cada dia pode ser o último, mas não praticamos o 'carpe dien'...as músicas dizem isso, tudo nos alerta, tudo nos leva a pensar, mas não fazemos...é fato! vivemos esperando o dia de amanhã, mesmo tendo consciência de que ele não existe. Somos humanos, teimosos e ainda por cima brasileiros...(no meu caso).
Enfim...alguns tios, parente distantes e outros avós...moreram depois q nasci..mas a pessoa mais próxima que eu "vi" ir embora, foi sem dúvidas a minha vizinha Andreia...já se passaram 2 anos...e a imagem dela é constante em meus pensamentos...ela morava na casa grudada a minha...não tenho muitas amizades naquela rua, até pq saio de manhã para trabalhar enquanto a "rua" ainda não acordou, volto a noite e encontro a "rua" dormindo outra vez...então eu costumava brincar e dizer que a única pessoa daquela rua com quem tinha amizade era minha vizinha do lado direito, pq a do lado esquerdo eu nem sabia quem era...havia um pouco de exagero, e hoje já até sei quem é a do lado esquerdo, mas havia muito de verdade quando falava da vizinha do lado direito...porquê eu gostava dela a beça...quer dizer, eu ainda gosto...quando eu sentava na minha garagem eu a via passar, ela parava no meu portão e fazia alguma piada, contava alguma coisa engraçada...ela gostava de andar descalço igual a mim, ela gostava de vinho, ela amava dar risada, só não gostava de aparecer nas fotos...ela ligava lá em casa e tentava me passar trotes, ela ia toda quarta feira com minha mãe ao extra aproveitar as promoções....ela tb tinha medo de pessoas mortas... uma vez eu passei mal, ela me levou ao médico e nós nos divertimos nos corredores daquele hospital...ríamos até dos sustos q tomávamos...já fomos juntas a velórios e eu não tinha coragem de entrar na sala,ela entrava mas saia rápido e depois ficávamos falando sobre nosso medo dos mortos...
Ela tinha 30 e poucos anos...um filho pequeno...e uma dor de cabeça constante... e um dia a dor foi mais forte que a vida....um dia a dor não quis passar e a levou...e ela deixou em mim uma saudade que doi na alma...por mais de uma semana eu não consegui comer, dormir, acordar, viver...parecia que estava tendo o maior dos pesadelos, na verdade ainda hoje parece...as vezes eu chegava em casa e a via lá do outro lado da rua, ela gritava e me chamava de Maria, ela sabia que eu não gostava e fazia de propóisto para me zuar...eu ria...e a chamava de Maria também para dar o troco e a gente se acabava de rir...era tão legal...
Mas não ouço mais sua voz, não vejo mais seu rosto a não ser dentro da minha memória...
eu luto contra meus pensamentos ruins todos os dias...eu não consigo me conformar....
peço perdão a Deus....e vou seguindo....
penso na Andreia todo dia...quando vou abrir o meu portão eu olho para a casa dela...agora lá tudo é escuridão e tristeza....
ela era a pessoa que morava do lado direito de casa, mas dentro de mim ela preenche todos os lados...ela sabia que era querida por mim, não sei se sabia o quanto...mas isso nem eu sabia...a primeira pessoa que estava ali constante, que eu via todos os dias e que de repente morreu...porquê quando as pessoas morrem e estão distantes, dá a impressão de que não morreram, mas se vc vê uma pessoa direto e ela morre, o baque é pior...
desde 2007 quando isso aconteceu que eu ensaio para vir aqui escrever sobre...e vou sempre adiando por ser um assunto sobre o qual não me agrada falar...
mas essa semana veio a tona quando outra pessoa próxima se foi...não posso dizer que gostava dela tanto quanto da Andreia, pq meu amor pela Andreia não é comparável... mas digo que tá doendo e tá uma confusão dentro de mim...e essa pessoa era ainda mais próxima, era quase que 'de dentro de casa', era mulher de um dos meus irmãos...
duas noites em claro e o pensamento que não consigo desviar...
uma angústia e um inconformismo que me assustam... afinal...não cabe a mim questionar....e essa morte faz eu voltar no tempo e pensar mais na Andreia...então é uma dor que não passa...
se mistura, se prolonga, se alonga...vejo a morte rondando...vejo pessoas muito próximas morrendo, vejo isso crescendo...vejo meu pavor aumentando...
.
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Meu deus me ajude a confiar mais em ti...
e leve a morte para bem longe daqui...
amo-te meu senhor!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Escola nossa de cada dia*

.:*~Fui a facul ontem depois de algumas semanas de "férias"...sim, entre aspas porquê fiquei devendo nota em duas matérias, então ainda terei que fazer duas provas, ou melhor, uma, porquê a outra já a fiz ontem...mas como ia dizendo, acho estranho o fato de não sentir falta de lá...saio do trabalho e automaticamente vou sentido Itaquera, mesmo quando tenho aula, se não me vigio, pego o metrô do lado errado de tão automático que é ir para casa...automático e BOM:) ...mas é estranho...
Lembro-me da época da escola, adorava ir para lá...mudei de escola, de cidade, mudei tudo várias vezes...do sítio para a cidadezinha, da cidadezinha para Fortaleza, de Fortaleza para São paulo...de manhã para de tarde, de tarde para de noite, da escola pequenina, para uma maior...da que só tinha primário para a do ginásio...enfim...um turbilhão de escolas, de horários, de cidades, de colegas de aula, de professores, de amigos, de mestres, já passaram pela minha vida...sempre (com uma ou outra excesão) gostei da escola...quando pequena, achava tudo festa, mas era aplicada nos estudos e me dava bem...um pouco maiorzinha e tinha a escola como o melhor lugar para se estar, lá eu conhecia todo mundo, tinha montão de amigas e os paqueras também...adorava saber que todos estariam lá todos os dias...e a escola era um ponto de encontro fantástico, e nem precisava marcar dia, nem hora, simplesmente porquê tudo já estava marcado... mas era aplicada nos estudos e me dava bem....depois cresci mais, conheci mais garotas, paquerei mais garotos, e a única coisa que eu não gostava era quando não tinha aula...passava cola, ganhava beijos, fazia bagunça, dava risada, levava bronca...mas eu era aplicada nos estudos e me dava bem... e houve também a época em que a escola era o meu refúgio, lá me sentia em paz, lá era meu canto...e eu não sentia vontade de voltar para casa...lá dividia meus segredos, lá vivia os romances, lá suspirava pelos professores, lá era a queridinha das professoras...lá aprendia sobre a vida, lá descobria um mundo de possibilidades, lá sonhava...lá viajava... mas eu era aplicada nos estudos e me dava bem...

Hoje...só restou a saudade daquela época em que o sistema não era tão mau, e as pessoas...ahhhh eram mais legais...
Já eu...tô fazendo minha parte...
..Não sou mais aplicada nos estudos ...e só me dou mal....

ECA :P
rsss

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Então é dezembro...

...E em meio a correria diária eis que chegamos ao último mês do ano...
O que mais se escuta é:
_nossa, que rápido!
_Parece que foi ontem o natal e já tá ai de novo!
_Nem deu tempo de fazer nada!
etc etc etc...
E eu suspiro e digo:
_Meu Deus! o mundo tá acabando!

A Bíblia diz que no fim dos tempos os dias serão encurtados e coisa e tal...e confesso que às vezes me assusto com essa rapidez do tempo com a qual estamos lidando! Enfim...
A vida e o mistéro que a envolve sempre será motivo de insônia para mim,sou meio besta, meio metida a filosofia, meio preocupada em entender tudo, em querer razões...isso faz um mal danado! mas talvez, só talvez, faça também o contrário...o fato é que me pego sempre matutando e me perguntando isso ou aquilo, na maioria das vezes não há uma resposta para as minhas indagações e eu tenho medo...e fico pensativa, inquieta...assustada! acredito muito em Deus, em seu poder supremo, em seu amor, sua misericórdia...mas sei que minha fé é tão pequenina, como um grãozinho de mostarda talvez, e crer no que não se vê é tarefa para poucos...o engraçado (sei lá se é engraçado) é que vivemos rodeados dos mistérios e necessitamos deles para sobreviver...
Não podemos ver o AR que respiramos, mas sem ele, baubau,não vivemos... nos damos conta quando ele nos falta, que sufoco! quem tem alguma doença respiratória sabe que é literalmente sufocante,que é terrível ficar sem ar! mas nem sabemos como ele é...sabemos que existe e é necessário mas não podemos tocar...SÓ sentir!(só?)... gosto especialmente de uma cena do filme "um amor para recordar" quando a Jamie explica sobre Fé para o Landon...e ela diz: "como pode viver momentos assim, conhecer lugares assim e não ter fé?" e ele diz: "sorte sua ter tanta fé"...dai vem a explicação dela: "é como o vento, não posso ver, mas posso sentir"... e eles estavam sentindo o vento nesse momento e assim fica mais fácil para ele acreditar...
enfim, não era nada disso que ia escrever aqui hj, aliás,isso já está se tornando um hábito, abro essa página com um pensamento e simplesmente sai outra coisa quando meus dedos começam a digitar...vai entender!
Que possamos viver melhor os nossos dias, lembrando sempre que eles não durarão para sempre e que cada ato gera uma consequência .... que nossa fé em DEUS nos leve a fazer o bem,que possamos pedir por MAIS FÉ, como presente de natal...que a gente aprenda a amar as pessoas como a nós mesmos, porque se fizéssemos isso esse mundo não estaria o Caos que está hoje...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

É possível?!?

Em meio a tanta tecnologia e facilidade de acesso a internet, algo que vem se tornando cada vez mais normal é o famoso relacionamento virtual...que atire a primeira pedra quem de nós ainda não conheceu ninguém via net... :P com certeza eu não poderei atirar..rs
Conversando com meu irmão (que faz psicologia e tá cheio dos questionamentos) ficamos questionando se é possível amar alguém sem nunca ter visto...
é uma discussão complexa...e eu tenho até medo de arriscar um palpite...
mas posso falar de mim e de algumas experiências com o mundo virtual...e com base nas experiências o que posso dizer é: acredito que possa haver sentimento sim por alguém a quem nunca vimos, alguém que não conhecemos o cheiro, que não sabemos como é o gosto do beijo...sim, pode haver...
mas a questão que discutia com o meu irmão é: e quando nos dizemos apaixonados por alguém assim e dai um belo dia o encontramos e ... é...sabe o que eu quero dizer né? pessoalmente não há química...vc olha a pessoa e ela não é como vc imaginava, aquelas fotos que você viu não condizem com o que você está vendo agora...o cheiro não é aquele que te faz sentir coisas, a barriga dele é maior que vc imaginava...ou qualquer coisa parecida...enfim, ao ficar tete a tete com a pessoa não rolou a tal da atração....e ai, como fica?
vc vai embora decepcionado e querendo acordar porque isso só pode ter sido um sonho ruim...você quer acordar e quer que tudo seja como antes quando vocês passavam horas no telefone e a voz da pessoa era tão linda...vocês trocavam mensagens apaixonadas, seus olhinhos brilhavam quando a janelinha do msn dizia que a pessoa acabara de entrar....você até sentia as borboletas no estômago quando ouvia aquela voz...não tinha como negar que estavam apaixonados...mas ....e agora????
Você chega em casa e liga o computador...mas fica off porque não quer falar com ninguém...perae ninguém???? e no seu msn tem aquela mensagem apaixonada: "é hoje o grande dia meu amor...tenho certeza que será perfeito"...afff, você corre e apaga...e vê que ele tá on line...vc desliga o computador e vai dormir porque isso ainda deve ser um pesadelo...tem que ser:(
Na cama você vira para um lado e outro, e percebe que o sono se foi junto com o seu amor...você pega o celular e chora de raiva...lá tem 73 mensagens recebidas...assinadas por "mô" ...credoooo você joga o celular longe, e fica com saudades ...de quem? do que? da voz que embalava seu sono toda noite...da paz que você sentia com as mensagens dele...vc escuta um toque, é o toque especial que vc pôs para as ligações dele..vc não atende...e chora!
ele manda mensagem, vc apaga e nem lê direito, aliás vc apaga todas as 73 restantes...
foi-se....foi-se tudo pelo ralo...

e ai eu pergunto: era amor? era paixão???
o que era que vc sentia????
e pergunto também: é possível????
Era esse o questionamento que meu irmão fazia ...e é esse que eu faço...
e vc, o que acha????

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Interesses...

Outro dia o Sé esceveu no blog dele algo sobre amizade e falou sobre interesses...sobre o fato de algumas pessoas se aproximarem de nós ou estar em nossas vidas apenas porque isso é interessante (não no sentido interessante que vc tá pensando, mas no sentido de interesse) para elas...

Vira e mexe me pego pensando nisso...me lembro de um cara com quem sai uma vez e que foi meu amigo por um tempo (e isso já faz outro tempo,rs)...uma vez ele me disse que todo relacionamento era na verdade uma troca de interesses, que a gente até faz cena, finge uma coisa aqui outra ali, mas que no fundo é o interesse q prevalece....não necessariamente o interese por coisas...mas interesse não é só material...uma pessoa precisa de outra, não só das coisas da outra, mas do carinho da outra, da atenção...dos favores, dos conselhos...lembro que achei aquilo tão ridículo na hora, mas fiquei matutando por vários dias e tentando entender isso a fundo...hoje me dói admitir que ele tinha uma certa razão sobre o que dizia...eu o achava interesseiro, mas ele não saia do meu pé e eu não tinha nada a oferecer...nada materialmente falando....mas ele me fez abrir os olhos e enxergar que eu era a única (idiota?) para quem ele poderia ligar as 3:30 da madrugada para falar de um problema...e ele ligava mesmo, e ele tinha problemas as 3:30 da madrugada não só uma vez...mas muitas...ele trabalhava na rua a noite, era policial...então ele realmente tinha muitos problemas na madrugada...ele mexia com bandidos...ele matava pessoas em brigas de polícia e bandido...e ele era novinho ainda...era tão perdido naquilo tudo, uma hora se achava o bambambam, o dono do poder...outra hora ele chorava e tinha medo! e quem ele sabia que acordaria feliz para falar com ele? eu... e não importava que eu tinha que levantar para trabalhar as 6h, ele me ligava as vezes as 4, outras as 5:30...e desligava dizendo: Eu te amo Grá...só vc para me fazer rir nesse momento! outras vezes ele dizia: Tá vendo? por isso eu preciso de vc...só ve me entende, só vc me faz sentir melhor quando tudo desaba...e eu me sentia tão feliz por poder ajudar a criatura, podia dormir no outro dia enquanto fazia uma ligação que meu chefe pedia...podia levra bronca, mas nada era mais importante que ajudar a pessoa a sorrir...isso era meu presente...não importava que eu gastasse R$.600,00 de conta telefônica (e sem exageros já paguei contas de mais de R$.600,00)...e achava que valia apena...porque afinal, eu tinha feito alguém sorrir! ... qual o meu interesse nesse relacionamento??? qual o dele???

...e isso é só um exemplo...

O fato é que precisamos das pessoas, por um motivo ou por outro...

e o ruim nisso tudo é quando o interesse é egoista...e geralmente interesses são egoistas mesmos...sempre há alguém mais disposto a dar...e outro disposto apenas a receber...o bom mesmo é quando há uma troca...mas achar alguém com quem se possa ter essa troca é como ganhar na loteria...as pessoas são tão egoistas, tenho medo e nojo...medo de onde a humanidade (humanindade?) chegará com isso...e nojo do egoismo em si q é a maior e a pior guerra q existe...

...amizades prá valer ou qq relacionamento que envolva sentimento só será possível se houver uma troca...da próxima vez, se dê tb..não queira só receber...

A bíblia diz que quem dá é mais feliz que quem recebe...tenho que admitir que sou sempre a mais feliz nos relacionamentos...acho q é sina...:) :(

E as pessoas de quem gosto sabem que podem me ligar as 3 da manhã...me sinto honrada e feliz demais por poder ajudar, fico feliz de merecer a confiança da pessoa...

mas hoje é a primeira vez que me pergunto: pra quem eu posso ligar as 3 da manhã?

Só me vem um nome em mente...infelizmente só há uma pessoa para quem eu teria coragem de ligar a qq hora para falar qq coisa....e as outras? onde estão? afinal de contas, o que há de errado??? é comigo ou com elas?

enfim....

...e eu faria tudo (ou melhor quase tudo) outra vez...por quase todas as pessoas...só não gastaria mais tanto dinheiro com telefone...porque no fim das contas, isso não vale mesmo apena...rsss

e é assim a vida....

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Doce novembro*


Novembro tem caminhado com um sabor diferente....sinto-me feliz! sinto-me em paz!
apesar das provações, apesar de a todo momento ser colocada a prova...parece que alguém lá em cima gosta a beça de mim...ahhhh alguém lá em cimaaa...esse alguém é o meu DEUS...não preciso falar Dele em códigos, pq o amo tanto, mais que tudooo...e sei do seu amor por mim como sei que é preciso que exista um coração batendo para q eu possa viver...
enfim...obrigada meu DEUS por tanto amor....:)
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Bastou ontem criar coragem e colocar que estava melhor sem ele para que acontecessem as provações...eu sabia, é sempre assim comigo, não basta falar, tenho sempre que provar...ok, não foi legal na hora, mas passou...ok? e voltei ao meu estado de paz e alegria em pouco tempo...
tanta coisa boa ao meu redor acontecendo e eu não vou mais perder meu tempo,que já é tão pouco, com preocupações e sentimentos inúteis...
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Estamos em época de prova na facul...uma loucura daquelas...estou confusa em relação ao próximo ano...mas para que pensar nisso agora né???
um dia de cada vez...uma pova por vez!
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Depois de anos e anos ensaiando, estou com o convite na mão para ir ao show da mix...nossa, todo ano eu pensava: q legal! quero ir! dai quando me dava conta, já havia passado e no outro ano a mesma coisa...:P
Sou meio atrapalhada as vezes (as vezes???) tenho vontade de ter uma secretária,rsrss
uma executiva, q fosse melhor em sua função do que eu sou na minha,rsrs
eu não aguento mais, já tenho q resolver coisas para os outros o dia todooo....já sou secretária dos outros, não gostaria de ser minha própria tb.
:P
alguém se candidata? pago bem...mas tem que mostrar serviço,rsrss
pq realmente eu detesto ter q ligar no banco para reclamar da taxa, detesto ter que ligar na telefônica e falar que eles tão me roubando...detesto ter que ligar na Americanas e falar que meu aparelho veio com defeito...detesto ter que embrulhar tudo para levar ao correio....arghhhh!!!
***
Enfim, vou (se Deus quiser) ao show dia 28...vou cantar "QUE VC ME ADORA...QUE ME ACHA F*" eu e a Pitty...kkkk
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Esse mês está agitado...semana q vem tem um passeio da wizard...é o tal do "day camp"...e eu tenho a impressão que vai ser muito muito bom:)
***
Eu tinha pensado em escrever outras coisas ao começar esse post,rsrs...mas sumiu tudo da minha mente...e eu tenho a impressão de que não disse nada do que tava realmente querendo dizer...
ahhhh tô nem ai,rsrss
"Hj sou feliz e canto...:P
ahuhauahu...
"..meu carro é vermelho, só uso espelho prá me pentear...
"...dirijo meu carroooooooooooo tomo o meu pileke..e ainda tenho tempo prá cantarrrrrr...."
...um pouco de malandragem...*

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma pausa*

Sem memórias hoje...vou dar uma pausa! Tenho necessidade de falar sobre o presente nesse momento, estou agoniada,mas não é uma agonia ruim, apesar de ser diferente...sim, me intriga por ser uma sensação nova, desconhecida....mas fico me perguntando: SERÁ?
Será mesmo que é nova? existe algo bom em meu peito dessa vez...sinto que de verdade você desocupou o lugar que de fato não era para ser seu, me sinto livre, leve...não ouso sentir sua falta, não ouso sofrer mais...vá...não precisa voltar! eu estou melhor sem você! eu nem tinha coragem de escrever isso, mas é verdade! estou feliz...e me sinto acordando de um longo sonho, no meio dele, muitos pesadelos...mas não era real, não tinha como ser...e por isso foi-se!
Parece estranho pensar em outra pessoa, chega a ser engraçado, eu dou risadas de mim mesma e não consigo acreditar que na outra noite eu fiquei brava com alguém e nem era vc...eu esperei pelo toque do telefone, mas não pelo seu, eu senti borboletas mexendo ao ver uma janelinha subir e dizer: "... acabou de entrar" , o bonequinho do msn fez meu coração acelerar...eu gostei de ouvir aquela voz que não era sua, fiquei agoniada esperando alguém ligar, esperando alguém .... não você...alguém tem noção de como tô feliz por isso???
...."é como tocar o mesmo violão e nele compor uma nova canção"...
é assim, é essa a música que melhor me descreve agora:
"Acordando eu vejo que tudo está bem

Pela primeira vez em minha vida e agora é tão bom
Devagar eu olho em minha volta e eu estou tão impressionada
Eu penso nas pequenas coisas que fazem a vida ser boa
Eu não mudaria nada sobre isso
Esse é o melhor sentimento
Eu espero que isso permaneça
Esse momento é perfeito
E eu vou me prender a esse momento
Eu achei um lugar tão seguro, sem uma única lágrima
Pela primeira vez na minha vida e isso está tão claro
Sinto a tranquilidade a que eu pertenço, eu estou tão feliz aqui
É tão forte e agora eu me deixarei ser sincera
Eu não mudaria nada sobre isso
Esse é o melhor sentimento
É o estado de alegria que você pensa estar sonhando
É a felicidade interior que você está sentindo
É tão bonito que faz você querer chorar"
...E sim, existe outra pessoa que faz meu coração bater forte, mas isso não é o mais importante e não é pela outra pessoa que estou feliz...é por mim, porquê estou amando a mim dessa vez primeiro, e é por saber que ainda estou viva, por saber que ainda posso amar, amar a mim...e depois a outro...é por ver que é possível, é por isso que estou feliz...ainda é possível!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Décimo capítulo*

...O desfecho do capítulo anterior soou triste né? mas é real...o amor é um assunto que ainda me tira o sono...mas não vamos pular etapas...voltemos a 1995 onde eu dormia mais e melhor apesar dos pesares...kkk...
Bom, o ano ainda tava no começo, apesar de todos os acontecimentos em andamento...
Não sei se antes ou depois do último ocorrido (a ordem do trator não altera, nesse caso, o viaduto mesmo,rsrss...)mas sei que antes mesmo da minha irmã voltar a morar lá no sítio e o assunto São Paulo surgir, aconteceu algo que merece ser registrado...A Lucí, como já havia comentado, tinha uma irmã que morava em Acopiara, a cidade pertinho do sítio onde meus pais moravam...e um belo dia ela me fez uma surpresa...disse que iria passar o fim de semana na casa da irmã, e claro, ia me levar porquê assim aproveitava para matar a saudade de casa...nossa, foi uma euforia! adorei a notícia e chamei minha irmã que também ficou maravilhada...a Aldenoura foi com a gente e viajamos de carro junto com a Lucí, o Sr. Airton e as crianças: Bruno, Camila e Airton Jr...a viagem de Fotaleza a Acopiara dura mais ou menos 6 horas ...e eu nunca vi 6 horas demorarem tanto a passar...Ô ansiedade danada!!! mas chegamos...e nossa!!! foi a maior surpresa para meus pais e todo o pessoal...Mas surpresa mesmo quem teve foi a Suenyr...minha mehor amiga na época, daquele lugar....Acontece que tinha algo acontecendo que eu não fazia ideia...lembram do Z? ahh sim, claro! então...nesse tempo em que não falei dele é que nem tinha o que falar...ele sarou da meningite, voltou de São Paulo, continuou morando lá no sítio, depois voltou a São Paulo e logo em seguida retornou ao sítio, eu nem sei o andar da carruagem porquê eu já não sabia mais notícias dele direito...até porquê como comentei no capítulo anterior meu contato com o pessoal lá do sítio tava escasso...enfim, eis que numa dessas voltas dele ao sítio ele e a Suenyr começaram a namorar...pluft! que tapa na cara levei...
Sei que quando cheguei as más línguas já vieram me contar tudo...tudo distorcido, tudo torto, mas tudo...eu fiquei tonta...confesso que estava estagnado o sentimento...e quando viajei para lá não fiz planos nem nada, mas é óbvio que se desse de cara com ele o sentimento que estava escondidinho e quietinho teria muitas chances de voltar a me perturbar...e sabia também que se o encontrasse provavelmente iria ficar com ele...mas não havia me prendido muito nisso, até porque não sabia se ele estava lá ou em São Paulo...então fui pega de surpresa e diga-se de passagem, não era uma surpresa agradável....minha melhor amiga, meu amor primeiro...minha confidente...a que me ouvia lamentar e me via chorar...a que primeiro via meu olho brilhar...ai, que situação! não tinha noção do que ia fazer ou dizer quando a encontrasse e a casa dela era bem pertinho da minha então a qualquer segundo o encontro aconteceria...e aconteceu...nos vimos e fizemos de conta que nada estava acontecendo...saimos pelo sítio normalmente como antes e o assunto em questão nada...ela fugia de qualquer assunto que pudesse chegar ao principal, eu não fazia questão nenhuma de abordá-lo, eu não sabia o que dizer, como agir...então era melhor esperar...nossos amigos em comum e os mais engraçadinhos davam risada e deixavam escapar alguma piada ao verem nós duas juntas e claro, nós duas percebíamos e fingíamos nada estar vendo...que tortura aquela tarde! que situação embaraçosa!
Bom, para variar ia haver uma festa a noite em outro sítio e nós fomos...ouvi rumores de que ela não ia...as más línguas dissseram que ela não queria ir para que ele também não fosse porquê ela não queria que ele me visse...mas eu prefiro acreditar que ela estava sem graça de eu vê-la com ele...eu também estaria.
Ele tinha comprado uma moto, e da minha casa deu para ver quando ele chegou a casa dela...e deu até para ouvir uma briga...era realmente bem perto...sei que eu, minha irmã e Aldenoura nos arrumamos e fomos em direção a casa dela pois a irmã dela e toda a galera estava lá nos esperando...não o vi nessa hora, ele estava com ela lá dentro e eu não entrei e eles não sairam...então fomos a festa e claro, eu não me diverti nada...fiquei péssima mas no auge do meu orgulho (mais ferido que nunca) não deixei ninguém perceber...e de repente eu os vi chegar...nossa, que horrível! fiquei de longe olhando...e passamos aquela noite assim, eu fugindo deles, ele fugindo dela e ela fugindo de mim...na verdade eles mal encostaram um no outro lá na festa...
Teve uma hora que eu tava com o pessoal bem longe do salão e ele foi até lá falar comigo...Ficou fazendo gracinhas e perguntando quando eu viria embora, eu disse que tava muito bem onde eu tava e que não viria mais embora...ele disse que queria ir embora também e ficou naquele papo superficial e jogando indiretas, me elogiando, dizendo que Fortaleza tava mesmo me fazendo muito bem porquê eu tava muito bonita e eu odiei aquilo...então ela apareceu lá longe e é óbvio que estava a caça dele...
E eu disse:
_Vai lá, porque se não você vai apanhar.
Ele resmungou:
_Não tenho medo de ninguém e não tô nem ai.
Então eu o deixei falando sozinho e me mandei dali...naquela madrugada fiquei acordada muito chateada e pensando porquê a vida fazia isso comigo...por que justo eu tinha que passar por isso?
Hoje dou risadas porque aquilo não era nada se comparado ao que ainda estaria por vir e nas inúmeras peças que a vida ainda me pregaria...no outro dia os comentários maldosos eram gerais:
_Nossa, ela ficou ferrada porquê ele a largou lá sozinha para ficar de papo com você.
_Ahh ela odiou a festa.
_Ixi, eles quebraram o pau.
_Nem se falaram mais depois que você foi embora.
...Lugares pequenos, sabem como é... todos sabem de tudo que acontece.. exageram e gostam!
Mas eu mal conseguia ouvir o que diziam...ainda tava tonta e atordoada com tudo aquilo e nem tinha decidido o que dizer ou fazer e de repente eis que ela aparece...minha reação foi falar com ela normalmente e de verdade, eu fiquei feliz com essa minha reação que nem foi planejada...deu para perceber no rosto dela o alívio e me coloquei em seu lugar...afinal, ela não havia me traido, ela não havia planejado, ela não era má. (eu acho que eu também não era má na época...já hoje...)...
Naquela noite ela foi a minha casa e deitamos na cama da minha mãe como era costume fazermos antigamente, a gente ficava lá horas e horas contando nossas coisas uma para a outra...lá era um lugar confortável, um esconderijo do resto do povo, e aquela cama grande, híper confortável, nos deixava a vontade para por nossos segredos em dia...e foi assim que ela me contou toda a história do romance deles...do quanto havia lutado contra o sentimento, mas que não houve jeito...do quanto teve medo que eu não quisesse mais a amizade dela...e do quanto ficara feliz ao ver que eu a tinha perdoado...abrimos nossos corações e selamos ali a paz que sempre existiu entre nós...sem falsidade, sem hipocrisia...só com amor... eu diria que foi ótimo ter essa conversa e diria também que, apesar da nossa pouca idade e pouca experiência, até que tivemos maturidade para lidar com a situação.
Depois que ela foi embora eu chorei...e aquelas lágrimas me diziam que era hora de encerrar aquele ciclo...e seguir!
Meu coração estava apertadinho e querendo voltar logo a Fortaleza e esquecer aquele fim de semana...
Esquecer ...
...Foi o que fiz...
Ironia do destino ou não, aquela foi a nossa última conversa de verdade...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Memórias...(nine*)

*Dois milhões de anos depois aqui estou com mais um capítulo*

...1995 foi mesmo um ano de reviravoltas, de mudanças, de acontecimentos marcantes...nem parece que tudo aconteceu em apenas um ano...tanta coisa para um ano só...

mas então...vamos ao que interessa:

...De fato muita coisa começou a mudar - com minhas amigas lá do sitio já não havia mais a troca constante de cartas e devagarinho começamos a nos afastar...lá na minha casa começou a rolar um boato de que minhas irmãs iam mandar dinheiro para minha mãe ir passar uns meses em São Paulo, a princípio era só para ela fazer um tratamento de alguns problemas de saúde que ela tinha, mas depois meu pai começou a cogitar a ideia de irmos todos morar em Sampa, disse que minha mãe é quem decidiria, ela iria passar uns meses lá e quando voltasse para casa resolveriam o que fazer.
Me mandavam cartas contando sobre isso e querendo saber minha opinião, eu não sabia direito o que pensar, morar em São Paulo ainda nao era algo que havia passado pela minha cabeça...mas agora eu só pensava como seria se fôssemos...para piorar meus pais deixaram claro que se eu quisesse poderia continuar morando em Fortaleza, ou seja, deixaram nas minhas mãos a decisão, e prá ser sincera eu não gostei nada disso, porque se eles me obrigassem a ir seria mais fácil, é que caso não desse certo eu teria a quem culpar,rsrs.
A gente é sempre assim ne?queremos tanto crescer e tomar decisões sozinhos, mas quando estamos na corda bamba adoraríamos que alguém pudesse decidir por nós para não sermos os únicos responsáveis pelo bem ou mal q possa vir a acontecer com nossas decisões...
Minha irmã que também morava em Fortaleza, voltou a morar no sítio para cuidar da casa e ajudar meu pai com meus irmãos enquanto minha mãe estivesse em São Paulo e eu fiquei "sozinha" lá em Fortaleza, o que me fazia sentir vontade de ir também...mas tudo isso ainda era apenas hipótese, nada havia sido confimado e muita água ainda ia rolar até lá...sem contar que eu tinha tantas outras coisas na cabeça que mal dava tempo de pensar nisso.
....Paralelo a tudo isso acontecia algo em meu coração...havia uma garota que era amiga do pessoal da casa onde eu morava, ela se chamava Virgínia...ela tinha um irmão que se chamava Evandro e ele dava aulas de teclado para o Airton Jr, o pessoal lá gostava muito deles, havia um outro irmão, o Marcos, juntos eles faziam alguns shows, O Evandro tocava e o Marcos e a Virgínia cantavam, eles eram ótimos e cantavam maravilhosamente bem...especialmente o Marcos...ahhhh o Marcos!!!
Para ajudá-los financeiramente a Luci começou a convidá-los a tocar nas festas de aniversários (que não eram poucas) lá na casa dela ... e lembro que eu me encantei ... nossa, ele tinha uma voz que era literalmente música para os meus ouvidos, e ele era ao mesmo tempo tão simples, tão diferente ...tão...ai ai... e era tímido, muito tímido...o olho dele tinha um brilho, uma coisa diferente...eu amo esse tipo de olhar até hoje...não sei explicar, é um olhar vivo, expressivo...mas não tenho como descrevê-lo aqui...
Fazia tempo que não sentia as borboletas se revirarem apenas com um olhar ou de ouvir a voz da pessoa...na verdade fazia tempo que não sentia nada direito por ninguém...ainda haviam rastros do Z em meu coração, mas a distância e tudo mais ajudavam a apagar...tinha a coisa física com o Carlos, mas só isso..nada de encanto, eu tava numa fase bem menina, bem desencanada...
...enfim...
...De verdade nem sabia muita coisa sobre o Marcos, se namorava, se amava alguém, nunca soube, nem deu tempo, o que fazia além de cantar e estudar, nem sei até hoje quantos anos ele tinha, sei apenas que era mais velho, já fazia faculdade....
Mas teve uma festa que foi demais especial...
Eu tinha q servir, era empregada da casa...mas não me sentia mal por isso, todos ali me tratavam tão bem que me sentia sim parte da família, e todos me ajudavam...aliás, era eu e Aldenoura, a outra garota que trabalhava lá...
Tanto eu quanto Aldenoura ficamos deslumbradas com o Marcos...ela era mais velha, mais experiente, tinha mais corpo também, verdade seja dita,rsss...mas eu tinha alguma coisa de diferente e especial também...todos temos...não importa se a fulana é mais gostosa ou coisa e tal...se você souber seu valor os outros vão perceber e te dar valor também! (queria ter essa convicção hoje e fazer valer o meu valor hoje, diga-se de passagem)... o fato é que por mais que a Aldenoura se jogasse para ele, os olhos dele o levavam até mim...a noite toda foi assim...eu na minha, ela na dele e ele na dele,rss...mas cada vez que eu estava por perto ou mesmo um pouco de longe sentia seus olhos em mim...e quando eu o olhava ele me encarava e nós dois sem graça acabávamos desviando o olhar e dávamos aquela risadinha tímida...em qualquer brecha (mas não havia muitas) ele se aproximava, eu também aproveitava o fato de está servindo para poder servi-lo sempre...e ele se aproveitava disso para me ter por perto... então sempre queria algo mesmo que de fato não quisesse!!!
Eu ainda era novinha, estava com 15 anos e nem tinha, por parte do pessoal q era responsável por mim, permissão para namorar...mas aquela noite foi mágica e todos perceberam que o Marcos havia gostado de mim... isso me deixou flutuando por dias... aquele olhar, aquele sorriso...na hora de ir embora aquele beijo no rosto meio que quase na boca...no cantinho, meio escondido, como se fosse sem querer, sabe quando você treme e se derrete toda? mas tinha tanta gente por perto...nada pudemos fazer e nem dizer de verdade!
Porém ele ficou em meu pensamento por dias e dias...e era um pensamento gostoso...mas os dias foram passando e eu meio que esqueci...
As festas foram acabando e quando tinha, não havia mais shows...
Porém um belo dia Deus, o destino ou o acaso (confesso que sempre tenho dificuldades para saber quem está por trás do que)...enfim, um desses ai fez com que eu e o Marcos nos víssemos novamente...dessa vez era uma festinha de aniversário numa casa na praia de uma amiga da Luci...ela levou a mim e a Aldemoura para a festa...era um churrasco, ficamos lá quase que o dia todo...e convidaram os irmãos para tocar...nossa! eu quase morri ao dar de cara com ele,rsrs...
mas nem foi a mesma coisa na hora, ele tava meio estranho, e acho que nem lembrava mais de mim e daquela noite...eu fiquei meio chateada na hora porquê embora eu também tivesse esquecido, na hora que o revi automaticamente relembrei,rss...e esperava o mesmo dele...mas...
Desencanei e resolvi aproveitar o dia...porém de repente percebo que aqueles olhos estavam me procurando no meio da multidão...e quando os seus encontraram os meus eis que os meus resolveram retribuir e ao se encararem acredito que tudo voltou para ele...(para mim já havia voltado). Ai sim fiquei feliz...a Aldenoura por sua vez repetiu o que havia feito antes e não parava de dar em cima dele...acontece que estávamos rodeados de pessoas de novo e ele que é super tímido não se sentia bem com aquilo...e embora tudo isso acontecesse eu ficava tranquila sabendo que eram em minha direção que seus olhos iam...
Na hora de voltar a Luci disse que daria carona a eles... eu e a Aldenoura íamos voltar na parte de cima do carro (era um carro aberto, sabe? naquela época e naquele local era normal esse tipo de carro) ...enfim...o Marcos disse que queria ir junto com a gente, mesmo tendo espaço para ele na parte da frente do carro, todos deram risada e ele ficou vermelho, a Aldenoura abriu um sorrisão e eu só retribui o olhar de cumplicidade dele...por dentro estava tão contente, mas havia um problema, com a Aldenoura do lado o que dava para fazer? ... enquanto conversávamos os três eu fiquei bolando um plano para encontrá-lo longe dali e um jeito de dizer isso sem que a Aldenoura percebesse as reais intenções... e esperteza para isso era o que não me faltava... (claro que depois eu contei a ela, mas isso nem vem ao caso, e ela não estava encantada com ele da mesma maneira que eu, para ela era só mais um, ela tinha vários...para mim não, então ela nem se importou...enfim...).
O Marcos era super inteligente e estudava na Universidade Federal lá de Fortaleza...ficamos falando de estudos e eu deixei escapar que minha escola era lá perto da universidade dele...disse que não era boa em física e que ele podia me dar umas aulas já que era um gênio...rapidinho ele captou a mensagem e marcamos de ele ir até minha escola dali a dois dias... ficou tudo combinado com o pretexto de que ele ia me dar umas aulas de física (o que não era de todo mentira, física, química, tá tudo ali incluido no pacote,rsss)...meu coração disparava só com a possibilidade de ficar pertinho dele...só nós dois...de abraçá-lo...
E posso dizer que foi tudo perfeito...ele parecia que não existia de tão perfeito que era aos meus olhos, e ele não tinha absolutaente nada de nenhum dos outros com quem eu já havia me envolvido...(lembra dos meus carmas? ele era a excessão...pois não tinha o nome feio, não era baixinho, nem galinha)...
Como combinado ele foi lá na escola na hora do intervalo e eu cabulei as últimas aulas...na hora que ele chegou eu tava com um casal de amigos conversando...foi muito engraçado porquê ele chegou, me cumprimentou com um selinho, eu o apresentei aos meus amigos e nos demos as mãos para descer a rua....parecíamos namorados...foi tão lindo!!!
Ficamos juntos até a hora q a aula acabaria e foi realmente mágico...o beijo, o abraço, o cheiro...ele era tudo que eu nunca soube que eu sempre quis...
Só depois de anos é que me dei conta de que deixei ele escapar...e que perdi muito com isso...eu era tão infantil eu acho..eu nem sei porque o deixei escapar... só ficamos aquela vez...foi como um cometa que surge e se vai antes q a gente se dê conta...ele disse que adorou e marcamos de novo... e adivinha? a tonta aqui o deixou esperando e sei lá porque não apareci...eu me odeio por isso...as vezes acho que o Marcos era o homem da minha vida, que hoje era para estarmos casados, teríamos dois filhinhos lindos e seríamos tão felizes...mas pluft eu estraguei tudo...
Eu acho que sou doente, tenho problemas sérios e digo mais...se você quer me conquistar, me ignore...não me queira, deixe claro que não me quer e eu enlouqueço por você...sou capaz de ir até a lua para te conquistar...mas só pelo prazer da conquista porquê quando eu conseguir isso, provavelmente eu não te queira mais...porque ai perde a graça...e outra, se eu me interessar por você e você se interessar logo de cara por mim também, pode crer que não vai dar certo...porquê eu gosto do que é difícil...eu gosto de sofrer...eu disse que sou doente não disse? pluft...q doida!

...Ainda penso no Marcos nas minhas noites de tristeza em busca do amor...ahh o amor! onde estará vc?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eight...

*1995 - ano novo e escola NOVA!
Isso a principio nos assustou. Não queríamos deixar nosso cantinho, mas tinhamos que fazer isso, no nosso HB só tinha aula até a oitava série, então...lá fomos nós!
Todos mudamos para a mesma escola (pelo menos isso) que se chamava Joaquim Nogueira, ou JN para nós,rsrs.
O HB ficava praticamente do lado da casa que eu morava, mas o JN nao...dava até para ir a pé, mas nao era tao pertinho!
No primeiro dia de aula, a surpresa...eu fiquei numa sala sem nenhum dos meus amigos do HB, cada um foi parar numa sala diferente, e quase choramos no primeiro dia, mas depois desencanamos, afinal, nos veríamos na entrada, na saída, no intervalo, nos corredores...
E nada ia mudar...pelo menos foi o que pensamos!
...Durante um tempo nada mudou mesmo, ou melhor, mudou tudo,rsrs, mas para melhor!
ìamos juntos a escola, na maioria das vezes eu e a Paula íamos caminhando, e na volta quando conseguíamos sair mais cedo, passávamos no HB para rever nosso povo querido (leia-se Aíla, Carlos...rsrs, mas também tinha o Lázaro e a própria escola q era nossa,rsrs).
Conhecemos lá no JN pessoas diferentes, fizemos novas amizades, e a minha melhor amiga da minha escola nova e da minha sala era a Glayr.
Entao o que mudou é que ampliamos nossas amizades, porquê eu conheci os amigos deles e eles os meus e assim vivíamos contentes, pois fazer amizade era o que mais gostávamos nessa vida!
Diversas vezes voltava da escola com a Paula e o Márcio...e quando tínhamos um tempinho sentávamos no chão na calçada do HB para fazer a segunda coisa que mais gostávamos nessa vida...filosofar!
Falávamos de nossas vidas...das decepções, dos sonhos, queríamos tantas coisas e às vezes não queríamos nada mais que ficar ali e viajar em nossas esperanças!
A Niedja ia bastante lá na casa que eu morava, ela namorava o Alexandre que também se tornou meu amigo, e muitas vezes os dois passavam lá em casa para a gente bater papo, no sábado a noite eu e a Niedja íamos a missa na mesma igreja, entao a gente era super grudada, a Ni era totalmente diferente do Márcio e da Paula, com a Niedja nao havia filosofia, ela simplesmente vivia,rsrss, ela era bem maluquinha, a Paula e o Márcio bem mais quietinhos, certinhos, e eu me dava bem com todos e amava a todos...porque eu era na verdade uma mistura de tudo...
meus amigos ... minhas joias raras!
... Que saudades daquele tempo...que vontade de vivê-lo de novo e aproveitar melhor cada segundo...
fazer o quê né?!? não dá mais....já foi! temos sempre a péssima mania de não aproveitar enquanto é possível e de lamentar depois que já não é mais...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

*Seven

...A vida seguia seu rumo...
Estávamos em 1994, ano de copa do mundo, e o Brasil, diga-se de passagem, foi tetra-campeão...
Em meio a tantos alvoroços, havia uma coisinha que tava me deixando ansiosa...e com certeza nada tinha a ver com o Brasil, com a copa ou qualquer coisa parecida....era mês de julho, dia 23 faria 15 anos e tinha uma grande festa prometida para essse dia...desde pequena, sonhava com minha festa de 15 anos, que com certeza não teria se realizado se eu não tivesse ido morar em Fortaleza, pois meus pais não teriam condições para isso...
.. Tive uma mega-festa, ganhei um montão de presentes, foi uma noite hiper emocionante, teve missa especial lá na Igreja onde iamos todo sábado, eu tava vestida com um vestido de noiva, como era de costume na época, dancei valsa, tirei fotos, me diverti, e fui mimir depois agradecidíssima aquelas pessoas que tanto fizeram para me ajudar a realizar um sonho...
aquela foi a primeira vez que eu tive uma festa de aniversário, nunca tinha sequer visto nada daquilo, e isso aumentava ainda mais minha gratidão.
Estava na oitava série, ultimo ano lá no HB, pois lá não tinha o segundo grau (como era chamado na época, o que hj se chama ensino médio)
não gostávamos da ideia de deixar nossa ecola, pq aquela era sim a NOSSA ESCOLA, e até hj nenhuma escola foi tão minha...
O zelador era nosso amigão e as vezes tinha algum evento na escola de sábado ou mesmo quando não tinhamos aula na semana, a gente ia e depois que todos iam embora, ficávamos lá, de bate-papo com ele, geralmente eu, a Paula e o Marcio...as vezes ficávamos de bobeira, zanzando pela escola inteira, mas na maioria das vezes ficávamos fazendo o que mais gostávamos...filosofando...falando das nossas vidas!
aquilo era tão bom...a gente sentava no chão, dávamos altas risadas, e tudo parecia simples, esqueciamos nossos problemas, nossos anseios, e nos entregávamos aquele momento.
Nossa professora preferida era Aila...ela nos dava aulas de inglês e literatura, foi a pessoa que fez meu desejo e gosto pela leitura fluirem de vez, ela era uma biblioteca ambulante literalmente, lá na escola não havia biblioteca, mas havia Aila, que tinha centenas e centenas de livros de todos os tipo, nas aulas de literatura ela levava vários deles, e deixava que escolhêssemos o que queriamos levar para casa para lermos...eu e a Paula éramos sem dúvidas, as leitoras mais assíduas, eu mesma só naquele ano de 94, consegui ler 94 livros ... se pudesse passava o dia todo lendo, era fantástico...
.
.
Nos fins de semana, comecei a ter aulas para fazer a crisma, algo que é uma tradição de quem é católico, quando nasce tem o batismo, depois faz a primeira comunhão e depois a crisma, eu tava na idade de fazer a crisma, então a Dona Noeme me matriculou no curso, junto comigo no mesmo curso estavam a minha irmã e a Niedja, minha amiga da escola...a Aldenoura já tinha feito a Crisma, mas ia com a gente só prá poder sair um pouco de casa, queira ou não aquele era um momento meio livre...
Em outubro então fizemos a crisma, minha mãe e meu irmãozinho viajaram para Fortaleza prá participar, a Luci foi minha madrinha, foi bem legal, teve uma missa hiper-especial, depois uma virgilia....
Aliás 2004 foi mesmo o ano de festas e comemorações especias: meus 15 anos em julho, a crisma em outubro e no fim do ano, a formatura...
Não tivemos exatamente uma festa, só uma missa e um passeio a praia das fontes...mas foi bem legal, passamos o dia todo juntos e encerramos aquele ciclo de nossas vidas, que dali adiante seguiria rumo ao desconhecido ...
e quem nos ajudou a organizar tudo foi nossa teacher favorita...a Aila...
Depois da formatura, em Dezembro, como de costume viajei a casa dos meus pais, lá no sitio....lá no interior...
Viajar é sempre uma emoção, e essa viagem era mais que isso...era o dobro, o triplo de todas as emoções...só de pensar que tava chegando o dia eu já sentia um frio na espinha,rsrs...
Como era bom ir para casa..minha casa...minha gente! minha terrinha, meu quintal, minhas cadeiras de balanço...minha mãezinha, meu povo!
Mas ao chegar lá tive algumas noticias nada agradáveis...
O Z havia ido morar em Sao Paulo (isso eu já sabia) mas acontece que quando cheguei a minha casa, a familia dele havia recebido a noticia de que ele estava doente...muito doente! estava com meningite...e a cada hora recebiamos uma noticia diferente...
Meningite é uma doença traiçoeira...eu tenho pavor até dessa palavra, se até hoje ela apavora, imagine então, 15 anos atras...era bem pior!
Diziam e dizem (confesso que nunca me informei se é bem assim) que há três tipos de meningite:
uma que mata em 24hs
uma que deixa a pessoa com algum tipo de deficiência, ou alguns,sei lá.
e uma que você faz um tratamento e fica ótimo depois, sem sequelas.
E graças a Deus foi esse o caso dele, mas como estávamos a quilômetros e quilômetros de distância, era terrivel esperar por notícias...mas tudo acabou bem e ele ficou totalmente curado ...

Só que aquelas férias nao foram muito boas, nada parecidas com o q eu esperava...
passei praticamente as férias todas preocupada com ele..aquele lugar me lembrava demais ele, tá ali e saber que ele não ia aparecer já era chato, imagina então saber que ele tava entre a vida e a morte....nem gosto de lembrar da minha agonia....
mas passou....
...e assim se foi mais um aninho!
...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sexto*

2009-09-02...Hoje o dia está lindo, estou tão contente, mesmo sem motivo aparente...isso é tão bom, porque significa que não estou sentindo falta de nada, estou satisfeita...pelo menos por hoje,rss...e esse capítulo me fez voltar a um tempo em que tudo era mais simples, ser feliz era mais simples...me fez relembrar coisas malucas, me fez sentir saudade, mas uma saudade boa...daquelas que a gente dá gargalhadas ao reviver na memória algumas cenas...
Divirta-se ... e sente-se porque você pode ter um susto...
(Eu avisei (avisei???) que não era anjo sempre ... kkk)

...Lá se foram aquelas férias...lá se foi aquela paixão...
E essa foi a última vez em que meus lábios tocaram os dele...apesar de lá na frente muita água ter rolado, já adianto que aquela história encerrou-se ali...ou melhor, a paixão ficou enterrada ali, porque a história em si ainda teve outros capítulos...

Bom, ano novo...o tempo não para e vamos voltar a vida...
Voltar a vida para mim naquele momento significava voltar à Fortaleza e foi o que fiz logo após a virada do ano...e lá eu só pensava numa coisa: o reinício das aulas...
Estava com catorze anos e na oitava série...estudando no HB junto com a Paula, o Márcio e a Niedja...como já havia dito, a melhor escola, os melhores amigos e os melhores professores...
E por falar em professor, esse capítulo é sobre um em especial que me tirou do ar algumas vezes...
Senta que lá vem história...

Tinhamos lá no HB um professor chamado Carlos, ele havia sido meu professor de matemática na sétima série e agora na oitava era de ciências. Todas as alunas babavam por ele que devia ter quase 40 anos, e nós, 14; algumas 15; as mais velhas deviam ter 18, imagina só...
Ele era um amor, todo doce com sua legião de fãs.
Seu curriculo incluia um casamento e dois filhos, e isso nós esqueciamos completamente quando estávamos com ele, mas para ser bem sincera, não estávamos ali para ter um caso com ele, por isso pouco importava se era casado, o que queríamos era a atenção, era ser paparicada... adolescente adora isso, e meninas gostam de homens mais velhos exatamente porque não são meninos, são homens né?rss...
Eles se tornam uma espécie de ídolo para nós, eles nos protegem, nos passam segurança...
Ele era todo carinhoso comigo, eu me sentia a super super...desde o primeiro dia ele me dava uma atenção toda especial e eu achava que era pelo fato de eu ter entrado no meio do ano e ser novata, então ele fazia de tudo para me proteger, para fazer com que eu me sentisse bem, mas haviam vários outros professores e nenhum era assim tão protetor e tão bonzinho comigo quanto ele...e eu já tava mais que enturmada, já era a mais popular daquela escola, ele nem precisava mais ser tão bonzinho, mas ele era...e isso me fazia ir às nuvens...eu suspirava pelos cantos e fazia de tudo para encontrá-lo "por acaso" nos corredores ou nas outras salas de aula...
Essa poderia ser só uma historinha de paixão platônica super normal que já aconteceu com toda garota...sim, poderia...Mas comigo não foi assim...(Pois é, eu disse para se sentar)...
Emfim...vira e mexe eu saia da minha sala, fingia ir ao banheiro e ia a sua "caça", já sabia quase todos seus horários em cada sala, e passava pela porta como quem nao quer nada, ai ele me via e me chamava:
_Venha cá minha bixinha,rsrs
(isso lá no Ceará é uma expressao de carinho, por mais estranho que pareça,rss)...
e eu ia, e me derretia toda, ele beijava minha bochecha (eu ficava vermelha e ia até as nuvens com os pés no chão) e ele dizia:
_ Tá passeando é?
e eu:
_ Ah! a aula ta chata!
E o papo seguia...e perdíamos a noção do tempo falando sei lá o que...

E foi assim que numa bela noite o encontrei dando prova numa sala bem longe da minha...
E foi ai que algo aconteceu...
Primeiro que os alunos adoravam o fato de eu aparecer lá em dias de prova, porquê o C ficava distraido conversando comigo e enquanto isso, eles aproveitavam para colar...nessa noite colaram tanto que acabaram rapidinho a prova e foram embora, e na sala, só restou eu e o C.
Ficamos brincando de desenhar na lousa, demos muita risada, e entao...
Ele me beijou...assim, sem mais nem menos... aquilo jamais havia passado pela minha cabeça por mais que babasse por ele, mas era só isso que pretendia, ser uma fã querida pelo ídolo...e eu já havia conseguido isso, ele me adorava, era sempre um amor comigo...mas esse beijo..ah esse beijo:)
A principio eu recusei virando o rosto, de tão inesperado que era aquilo, mas dois segundos depois, quando ele veio de novo com a boca em minha direção eu aceitei...e tenho que dizer que foi maravilhoso, um beijo daqueles que há tempos eu não dava, um beijo bem dado, um beijo prá valer...com emoção....
Desde que chegara a Fortaleza não havia beijado ninguém...e desde que me entendia por gente, jamais havia beijado um HOMEM,rsrss...sim porque todos que eu já havia beijado em meus anos de experiência(ohhhh) eram só garotos...
Mas o C...oh my God...o C tinha idade para ser meu pai, quase o triplo da minha idade,acho que pirei...
Mas voltando ao beijo, o beijo tinha emoção...e bota emoção nisso...foi O BEIJO!
Durou um super tempão...só parou quando tocou o sinal de fim das aulas, então abrimos nossos olhos e nos olhamos....meu Deus... que vergonha!
quase sai correndo e nem dei tchau, não conseguia mais encará-lo, não naquela hora, não sem antes saber o que era aquilo, o que eu tinha feito, o que tudo aquilo significava....
Então andei rápido meio atordoada em direção a minha sala, a Paula e o Marcio estavam vindo com meu material na mão e a Paula tava brava... eu tinha sumido a aula toda...
já veio me dando bronca mas eu mal conseguia ouvi-la. Fui pra casa meio aérea, e ao chegar lá e por a cabeça no lugar veio o remorso. Como eu podia ter feito aquilo? Por alguns minutos me senti suja...
tinha beijado um homem casado. Meu DEUS! que doida!
Fiquei meio pensativa, meio chateada...mas no outro dia, passou toda chateação e remorso, quando cheguei à escola e recebi aquele sorriso e aquele olhar de cumplicidade, tudo se iluminou!
Contei prá Paula e ela riu muito de mim...era meio ridiculo tudo aquilo...ele era muito mais velho que eu, era disso que ela ria...mas aquilo também era meio perigoso, meio sei lá...
Eu ria junto com as meninas, embora de vez em quando tivesse uns surtos de que aquilo não era uma brincadeira e elas deviam me dar bronca ao invés de rirem ...
Mas quando o encontrava em algum corredor escondida (o que passou a acontecer várias vezes) eu esquecia tudo e me entregava a aqueles beijos...
Foram só beijos, nunca passou disso, eram beijos escondidos nos corredores ou na porta da escola, ou no máximo em um barzinho lá pertinho da escola...
Quem ler isso pode pensar que o cara tava querendo se aproveitar da menininha, e eu garanto que a menininha também aproveitou muito do cara,rsrs...no bom sentido, claro...aproveitei aqueles beijos que eram bons demais, e ele jamais tentou outra coisa, nem mesmo mão boba, nada...
Naquela época não era como hoje que duas pessoas mal se olham e já pensam em sexo (não que isso seja de todo ruim,rss).
Só sei que quando lembro daqueles beijos tenho vontade de beijar daquele jeito de novo...poucas coisas na vida são mais prazerosas do que um beijo bem dado, daqueles em que o encaixe é perfeito...e poucas pessoas conseguem esse encaixe...
E o efeito que um beijo bem dado causa é algo surreal, eu sei que mesmo sem pensar em sexo eu me derretia toda (literalmente falando:P) ...ahhhhh....melhor parar se não isso aqui pode virar um conto erótico daqueles que nem sexo tem e são mais eróticos que qualquer um recheado de sexo...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quinto capítulo*

Em Dezembro voltei a minha casa para passar uns dias de férias, revi todo mundo, me diverti a beça, e adivinha quem eu reencontrei?
Pois é... o Z ...
A gente já não se via nem se falava há vários meses, a vida tinha se encarregado de nos afastar, cada um tinha ido para um lado...
Ele ainda era, digamos, o dono do meu coração, não havia outra pessoa, e por isso vira e mexe me pegava pensando nele...
Mas o fato é q a vida nova lá em Fortaleza me fez desapegar um pouco...
É aquela coisa, nada como não ver, não falar, não ter notícias da pessoa ...nada melhor que isso para você descobrir que pode viver sem ela...mesmo que não a tenha esquecido...
Logo na primeira noite fui a uma hiper festa com toda a galera, e em meio a tanta gente me paparicando, havia vários garotos querendo ficar comigo (mais uma vez eu era a novidade,rsrs, eu adorava isso, aliás, acho que ainda adoro...afinal, sou leonina) mas eu não quis ficar com ninguem, porquê eu queria vê-lo antes, queria saber o que aconteceria quando a gente se olhasse...de alguma forma eu estava ansiosa por isso, sentia frio na barriga e tudo mais....
E quando nos olhamos...adivinha o que aconteceuuuuuuuuuuuuuuuuu?
adivinhou...
... Ele me puxou rápido para dançar e me deu aquele abraço, foi tão gostoso, parece que tudo tava direferente, parece que todos tínhamos mudado, estávamos mais leves, mais felizes...mais soltos, mais livres...
Foi ótimo ficar com ele aquela noite, foi ótimo dar risada do passado, relembrar coisas, rir um do outro, ele tava um doce, me chamou prá fugir, queria sumir dali comigo, e eu só ria dele, e no fundo meus sentimentos se misturavam, porque bastou beijá-lo para eu descobrir que havia acabado, agora ele era só mais um, e aquilo era estranho, porém, o fato é que todo aquele sentimento havia ficado para trás, junto com aquela vidinha pacata que eu levava antes, e agora parece que eu tava me tornando mulher... e uma mulher cheia de sonhos, de desejos, alguém que não se contentava mais com aquela vidinha, alguém que queria mais, que queria conhecer, aprender mais e mais...
E aquela festa, aquelas coisas, aquelas pessoas, todas eram queridas por mim, eu adorava aquilo, a festa, as companhias, as brincadeiras, as farras, mas eu não queria só aquilo, eu queria ir além...
mas todos estavam felizes daquele jeito, ninguém ali queria mais nada...
Só eu!
E eu nem sabia exatamente o que é que eu queria...
E ficava pensando que todos deveriam querer mais, sair daquele mundinho, olhar lá fora, estudar, trabalhar, conhecer o mundo, mas por outro lado, quem só conhece o arroz, não fica triste por não ter o filé, mas depois que conhece o filé, ai sim, ficará triste o dia que não o tiver...
entao era melhor deixar quieto, deixar o povo ser feliz com o que tinha...mas...mas...mas...
...E assim filosofava eu, perdida em meus pensamentos....enquanto...enquanto o Z me beijava, me enchia de carinho, mas aquele beijo já não me satisfazia, havia perdido o gosto, o gosto da paixão, que agora era passado.
E fico pensando nas minhas filosofias...14 anos e já filosofando...parecendo gente grande...
Pensei numa frase agora sobre mim:
"Eu nunca fui criança e até hj ainda sou e eu sempre fui adulta e até hj ainda nao sou"
essa fui eu que criei....hehehe
.
.
.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

*Quarto capítulo*

*A falta de tempo tem me impedido de escrever... por isso a demora na "entrega" desse capítulo...
Como diz um amigo querido, um dia ainda vou viver só de escrever, dai não terei mais esse problema... enquanto isso, sigo dando um jeitinho entre uma brecha e outra...

Obs.: Para entender esse é preciso ler o anterior e assim por diante, não é igual a novela que passa na tv, que vc assiste um sábado e quando vai assistir no sábado seguinte ainda tá na mesma coisa,rsrss....

...Fui convidada por uma amiga da minha familia para morar em Fortaleza...para trabalhar na casa da mãe e da irmã dela...eu tinha 13 anos, nunca tinha ido além da cidadezinha onde estudava e Fortaleza ficava umas 8hs de lá...
Na verdade eu tinha falado com ela para me chamar quando algum parente dela precisasse de alguém para trabalhar para eles ... e um belo dia sem mais nem menos eu estava passando lá em frente ao posto de gasolina, do qual ela era dona, e ela me chamou e perguntou se eu queria ir com ela a Fortaleza, porquê a mãe e a irmã estavam precisando de alguem, eu quase tive um treco, e o pior foi quando ela me disse que era para viajar no outro dia, e eu devia ir para casa, falar com minha mae, arrumar minha mala e está lá de volta para viajarmos a tarde (do outro dia, que era um sábado)
Minha cabeça começou rodar, um monte de coisas vinha ao mesmo tempo em minha mente, e sem muito o que fazer eu somente disse: SIM! estarei aqui...
fui para casa a mil...
fiquei tão atordoada que fui direto para a rodoviária pegar o ônibus para casa e até esquecí que eu devia passar na minha vó prá deixar umas coisas que minha mãe havia mandado pra ela e era por esse motivo que eu tinha passado em frente ao posto de gasolina, é que aquele era o caminho prá casa da minha vó....
cheguei a minha casa com as coisas e quase apanhei, e quando contei a novidade a minha mãe, quase apanhei de novo,rsrs...
foi uma grande euforia, no fundo todos sabiam que eu devia ir, que ia ser melhor para mim, ia poder ganhar um dinheirinho para ajudá-los, ia poder me dedicar mais aos meus estudos, numa escola melhor, enfim...ia poder ter uma vida melhor, de certa forma...
Mas e o medo? dava para perceber que minha mae estava apavorada, meu pai foi mais racional, ele confiava e gostava muito da Mundinha (que era quem tava me levando) com ela ele deixava eu ir a qualquer lugar, minha mãe tambem confiava, mas ainda assim temia por mim, afinal eu era sua menininha...de repente sua filhinha ia alçar vôo...
Minha familia é grande, somos 8 irmãos...sendo 5 mulheres e 3 homens...
eu sou a mais nova das mulheres...e nessa época, todas as minhas irmãs já haviam alçado seus vôos, 3 estavam morando em Sao Paulo, e uma em Fortaleza, inclusive, na casa de parentes tambem da Mundinha, todas já haviam saido de casa para enfrentar o mundão lá fora em busca de melhores condiçoes de vida, agora restava eu...
e acho que pelo fato de ser a mais nova, ela tinha mais medo, afinal, sempre tinha estado ali com ela, agora ela ia ser a unica mulher naquela casa...
Ela tentou me convencer a nao ir...pensou em todas as coisas ruins que poderia acontecer, tava quase conseguindo me convencer a nao ir, mas de vez em quando ela mesma citava as coisas boas que tambem poderiam acontecer, e isso deixava nós duas em dúvida...
mas acabamos nos convencendo de que eu deveria tentar, afinal, nao era obrigada a ficar lá, se nao desse certo, voltava...e eu nao ia estar ao todo sozinha num lugar desconhecido, tinha a minha irmã que pelo menos morava na mesma cidade, já era alguma coisa pensar isso...
e então começou a correria, arruma roupa, passa roupa, lava isso, conserta aquilo...
uma hora eu tava triste, na outra eu tava empolgada...era uma mistura de emoções e sensações que de certa forma eram desconhecidas prá mim...(apesar de já ter passado por algo parecido quando mudamos de um sítio para outro) de um lado a sensação de perda, a tristeza por deixar os amigos, mas por outro, a alegria, as portas se abrindo para o novo, o desconhecido (e esse sempre traz surpresas) enfim...
Dessa vez era bem diferente...por muitos motivos...
Havia uma festa aquela noite, eu nem consegui aproveitar muito, só pensava no que ia ser da minha vida a partir daquele dia...
Então falei pras minhas amigas que tava indo viajar no outro dia prá Fortaleza prá dar uma força prá mãe da mundinha que tava sem empregada, elas ficaram meio chateadas aquela noite, especialmente a Suenir, que era na época a minha melhor amiga...foi uma noite estranha, o clima ficou tenso, e ninguém falava nada com nada, e quando abriam a boca era somente prá me encher de perguntas...e aquela que poderia ter sido uma ótima noite para eu guardar na lembranças, acabou sendo a pior noite que passei com a galera...
E foi assim que alcei meu primeiro voo em direção ao futuro ... dia 26 de junho de 1993 desembarquei em Fortaleza...na bagagem apenas lembranças, muitas lembranças... e no coraçao esperanças, muitas esperanças...
Nos primeiros dias eu quis voltar, chorava muito com saudade da minha mãe, do meu pai, da minha casa, dos maninhos, das amigas e de todo o meu mundo que havia ficado lá atras...
Ainda bem que nao voltei...na verdade, fui convencida a nao voltar....e essa foi só uma das inúmeras coisas boas que o pessoal daquela casa fez por mim, mas no começo tudo era estranho demais...eu já acordava querendo dormir para esquecer que tava tão longe de tudo e de todos...
o mês de julho demorou a passar, aquele era meu mês favorito, era mês do meu aniversario, mas pela primeira vez foi o pior mês...
E foi assim que dia 23/07/93 fiz catorze anos...o único consolo foram as cartas que recebi de meus pais e minhas amigas, agora esse era meu passatempo favorito, escrever cartas... e quando recebia as que elas me mandavam, eu chorava e chorava...
Mas finalmente julho se foi e agosto veio... e com ele, uma coisa ótima...a escola...
Escola nova, amigos novos, desafios...tudo,tudo novo...amava estudar, amava a escola desde pequena, e foi a escola que me fez querer ficar em Fortaleza, porquê já nos primeiros dias eu conheci muita gente, os professores foram muito legais comigo, mais uma vez eu era a novidade do pedaço, e aquilo tinha suas muitas vantagens....
Estava na sétima série...logo de cara fiz amizade com 3 pessoas em especial...Paula, Márcio e Niedja...tínhamos a mesma idade, falávamos a mesma língua....sabe o tipo de amizade que você faz e fica prá vida toda? entao...com esses três foi assim...tem 16 anos que isso aconteceu, e somos amigos até hoje....éramos carne e unha, fazíamos os trabalhos juntos, e tirávamos as melhores notas...éramos queridos pelos professores e aquela escola era nossa casa...
Que época boa!!! minha querida escola Hermino Barroso (HB)...conhecia desde a faxineira até a diretora...toda noite antes da aula começar eu ficava um tempo vendo a novela na sala dos professores...era um barato...
Durante o dia, eu e Aldenoura (a outra empregada) nos revesávamos para cuidar das duas casas...a da Dona Noeme e a da Luci, que eram, respectivamente,a mãe a irmã da Mundinha...
A unica coisa ruim de morar em Fortaleza era o fato de não morar com meus pais, por mais legais que o pessoal fosse comigo, por mais que me tratassem não como empregada e sim como pessoa, eu queria muito ter morado em Fortaleza com minha familia, porquê sem dúvida eu ia poder dizer que aquela foi a melhor época da minha vida...mas nao foi exatamente por isso, porquê eu nao tinha a liberdade que teria se morasse na minha casa, com meu povo, lá em Fortaleza eu conheci tanta gente, fiz tantas amizades, mas tudo isso se restringia a escola, eu nao podia sair, só ia de casa prá escola e vice-versa, a escola era o unico lugar que eu podia ir sozinha, e talvez por isso eu a amava tanto, era lá que passava tempo com meus queridos amigos e amigas, e isso nao significa que eu ficava presa em casa, não, eu até saia, ia a missa nas noites de sábado, depois a gente comia fora, as vezes íamos ao shopping, ao cinema, brincávamos no parque, e de domingo íamos a praia, mas sempre acompanhada da Luci, do seu marido (Airton) e das crianças... ah e da Aldenoura tambem...
A gente se divertia a beça, especialmente eu, que agora era mais criança que nunca havia sido, a Aldenoura que na época devia ter uns 17 anos não gostava muito desses passeios, ela tava na fase de querer curtir, ficar, beijar, e eu tava finalmente deixando fluir meu lado criança, pelo menos nesses passeios, eu adorava...e entendia o fato de nao poder sair sozinha, a Luci e Dona Noeme eram responsaveis por nós, meus pais e os da Aldenoura haviam nos confiado a elas, e qualquer coisa que nos acontecesse, seria de suas responsabilidade, eu entendia isso, a Aldenoura não...era meio rebelde (leia-se adolescente).
E é óbvio que eu adoraria que fosse diferente, adoraria poder sair com a galera, aprontar mil e uma, mas como não podia, eu aproveitava o que tinha.
as vezes as meninas e o Marcio vinham até a casa que eu morava para fazermos os trabalhos da escola juntos, passavamos a tarde mais conversando que estudando, e assim ia aos poucos ganhando terreno e me acostumando naquele lugar...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Terceiro capítulo*

...E eis que aos 12 anos conhecí o Zezinho (meu Deus, isso é nome de gente? pior q era,rsrsrs)
Tem alguns traumas na minha vida que eu com certeza herdei dessa época, e eles sao: homens galinhas, homens com nomes esquisitos e homens baixinhos...
Desde aquela época já atraia esse tipo...
O D minha primeira paixao, era grandão mas tinha um nome horrivel, o Zezinho além de ter o nome feio era baixinho, já o Alex, tinha nome bonito mas também era baixinho... e os 3 eram galinhas...:) ô vida...rsrss
Conhecí o Z quando eu e meus pais nos mudamos do sítio onde morávamos para um outro sítio, pois o meu pai havia acabado de conseguir com a ajuda das minhas irmãs (que tinham ido morar e trabalhar em Sao Paulo) sua primeira casa própria, aquilo foi uma alegria imensurável, agora tínhamos o nosso canto! e o lugar era maravilhoso, o sitio que morávamos antes era pequeno, com poucas residências, e esse era bem grande e tinha pelo menos 4 vezes mais famílias residindo que no outro...e o melhor, tinha muita menina e menino da minha idade! perfeito!!!!
Isso era para mim, na época em plena adolescência e louca por novidades, a melhor coisa. Mudar é sempre bom, seja de casa, de cidade, de trabalho, de namorado,rsrss...mudar é MUDAR!
isso implica em um monte de coisas novas, diferentes, e a gente sempre se enche de esperança a cada mudança. E comigo não foi diferente.
Fiz amizades preciosas com essa mudança, conheci gente a beça, e óbvio, conheci o Zezinho:) ele devia ter uns 13 ou 14 anos, e mesmo com tão pouca idade já era conhecido por sua fama de galinha!
Naquele sítio e nos sítios vizinhos, ele ja tinha beijado todas as meninas,e o pior é que todas babavam por ele, das mais novas as mais velhas, das feias as lindas, e eu não entendia o porquê...
até ficar também babando por ele e entender literalmente o porquê...
Ele era o tipo do cara que sabia como conquistar uma mulher, ou melhor, o tipo do garoto que sabia como conquistar uma garota, pq cá prá nós, nenhum de nós ainda era homem e/ou mulher naquela época,rssss...na verdade, conquistar também não é a palavra certa, o que ele tinha mesmo era "a pegada"...óbvio que na época eu não saberia definir isso, mas hoje eu sei, hoje eu posso falar que homem que tem "a pegada" é uma tentação a loucuras...é um perigo!
nem dá para explicar, eu não saberia dizer se é o beijo, o olhar, o jeito de abraçar, ou se é uma mistura de tudo, eu só sei mesmo é que a gente se perde nos braços de uma boa pegada...e quando nos damos conta estamos mole, mole...ai, ai!
Enfim...naquela época éramos apenas garotos e garotas vivendo tempos de descobertas...e que descobertas maravilhosas, diga-se de passagem!
...olhares prá cá, charme prá lá, brincadeiras, encontros, e lá tava eu caidinha por ele...
ele tinha um olhar que deixava qualquer garota meio tonta, meio fora de si...eu me perdia nessa troca de olhares que uma hora era pura magia e no segundo seguinte pura tentação...eu estremecia por dentro...eu tremia por fora,rsrss
e como eu era a novidade do pedaço, ele fazia de tudo para me agradar....
eu era a boca que ele queria beijar...era a novidade que ele queria experimentar... e tanto fez que conseguiu me deixar caidinha!
Mas demorou um pouco para acontecer o nosso primeiro beijo...eu tinha um medo estranho...tava tudo tão perfeitinho que eu não queria que acabasse...ô trauma besta esse que tomava conta de mim...se o Z não fosse tão persistente, se não quisesse aquele beijo até mais que eu, acho que ele teria desistido, pq eu dei trabaho,rsss...eu o castiguei um pouco, e isso até dava um certo charme a situação, sabe que o difícil é mais gostoso né?
o pior era que a gente tava sempre se esbarrando, só que rodeados de gente...ele queria uma brecha, eu fugia das brechas...
até que um dia ele me encostou literalmente na parede,rsrs...olhou bem no meu olho...eu quase morri ali mesmo...e ele me perguntou: você não me quer?
eu fiquei muda e ele disse que se eu não queria era só dizer e ele me deixaria em paz...
o q?não...como assim?eu quero, quero muito, quero tanto que tô quase pirando...isso era o que eu pensava, mas a voz não saia...e ele me deu um ultimato...
e fui para casa pensando como seria quando o encontrasse de novo, porque ele deixara claro que da próxima eu não escapava,rsrss...
Então alguns dias depois, numa noite encantada, demos o nosso primeiro beijo, o primeiro de muitos que vieram, no decorrer daquele ano, do outro e...rsrsss
E é o beijo dele que conta prá mim como o meu primeiro, o melhor, o que me fez NÃO querer sair correndo, ou desencanar, pelo contrário, o que fez com que eu me apaixonasse...pra valer!
e sinceramente, se aquela lenda que diz que a gente começa a existir depois que descobre o gosto do amor for verdade, eu posso então dizer que foi nesse momento que comecei a existir...
O que vivi antes de chegar "aqui" não foi nada ... finalmente descobrí que as pessoas tinham razão, eu era uma criança, "uma moleca, usando uma linguagem mais propícia" e o D, o A ou qualquer coisa parecida que acontecera antes tinha sido somente fantasias de uma garota que se achava gente grande...(com 12 anos e tava me sentindo a adulta,ai ai ai...ou seja, eu não tinha mudado nada,rsss)
Mas o Z...ahhhhhhhhhhhh o Z...a última letra do meu alfabeto, rsrs, o beijo com gosto de quero mais, o abraço que me fazia tremer...
os passeios de mãos dadas, os truqes para fugir das pessoas ao redor e poder ficar em algum cantinho sozinhos para beijar e beijar e beijar mais...
o primeiro "eu te amo" ouvido, dito, sentido e vivido!
Porém nem tudo era cor-de-rosa... meus pais o odiavam sem nem mesmo o conhecer, pois todos falavam que ele era galinha, que ia me fazer "mal",rsrs, e essa fama logo chegou aos ouvidos dos meu pais, que brigavam comigo sem parar por causa dele, eu tinha que "namorar" escondida, sem que ninguém da minha casa soubesse,e isso era complicado, pois eu tenho dois irmãos mais novos que não saiam da minha cola...(e mesmo que o Z fosse um santo meus pais não iam querer me ver namorando tão novinha, pq sem dúvida para eles eu era realmente ainda uma criança).
...Mas a gente sempre soube dar o nosso jeitinho, se íamos a alguma festa, a gente combinava um esconderijo, entao quando alguém dava uma brecha ou se distraia, a gente aproveitava...
No fundo meus pais e todos sabiam que a gente tinha algo, não dava muito para esconder o brilho nos olhos...atitudes podem ser camufladas, sentimentos não!
...aproveitamos muito...e beijamos muito...é basicamente dos beijos que me lembro...não havia uma amizade, não havia maturidade, não havia muita coisa,rss, mas haviam os beijos...os maravilhosos beijos!!!
Depois de um tempo começamos a ter outro tipo de problema (disso eu também me lembro bem) é q meus pais e o sitio todo tinham razao, isso é que era o pior...a fama de galinha não era só fama, era realidade...Se ele ia a alguma festa sem mim, e isso acontecia muito pois meus pais me brecavam, então já podia esperar por notícias ruins no outro dia...
eu ficava muito brava no começo, eu chorava de raiva, eu não sabia o que fazer...
então eu meio que me afastava por um tempo, eu fugia, eu não falava com ele...
mas depois tudo voltava ao normal e por um tempo éramos felizes de novo, até a próxima festa...
confesso que a falta de maturidade era um problemão...não havia uma conversa, nem mesmo uma briga para definir as coisas, eu nem sabia se ele ficava mesmo com outras ou se era mais conversa do povo...algumas vezes eu descobria depois que ele nem tinha feito nada, mas fama é fama...e imaturidade é imaturidade...faz parte!
e apesar de estarmos juntos, de ficarmos sempre, o fato é que não havia nada de muito sério entre nós...acho que nem tínhamos idade nem maturidade para isso, porém naquela época a palavra ficar não tava na moda, então qualquer um que vc beijava, era chamado de namorado, mas a gente sabia que não era isso...porém essa palavra fazia falta, pois não sabíamos definir o que tínhamos com a pessoa...e isso dava uma confusão danada...
Ficamos nesse vai e volta muito tempo...aquele ano, o outro e um pouco do outro... mas nesse meio tempo ficamos (mesmo sem a palavra existir de fato) com outras pessoas.
Mas se estivéssemos no mesmo lugar era inevitável ficarmos juntos, não importa se estávamos de mal, de bem ou o que fosse, a gente se olhava e já era...havia algo a mais entre nós...não era só um garoto que eu beijei, era o cara por quem me apaixonei...e por quem sofri, por quem lutei, mesmo sem saber como lutar...era com ele que eu sonhava ao dormir, e quando acordada, era nele que eu pensava, podia beijar outros, podia disfarçar, mas ele era diferente...e com o tempo até a brigar nós aprendemos...mas tivemos nossa felicidade, nossos muitos momentos bons, mágicos, inesquecíveis...e sim, valeu a pena...ahhhh como valeu!!!
Essa foi uma fase muito legal na minha vida, a fase de adolescente descobrindo o mundo...tinha muitas amigas lá no sitio, na cidade tambem, porquê eu estudava lá, e nos sitios vizinhos, onde sempre íamos a alguma festa...era uma garotada praticamente da mesma idade, e a gente aprontava mil e uma... Aiii q saudades!!!! tambem tinha os momentos de tristeza, raiva, brigas com o Z, ou pelo Z, ou ainda por causa do Z, mas sem dúvida, era tudo bom demais e eu faria tudo de novo...
Os dias eram intensos, acordava de madrugada para ir a escola que ficava na cidade,era bem puxado, mas eu ja tava acostumada, pois desde pequena eu fazia isso, voltava pra casa por volta das 13hs, e depois era só alegria...o resto da tarde e a noite eram de farra, de beijos escondidos, de brincadeiras de pêra-uva-maçã-salada mista...kkkkkk....a gente tomava banho no rio, comia fruta no pé, brincava de esconde-esconde, pulava corda, e também a janela, andava de bicicleta e também de cavalo e até de jegue, não assistia tv e não sentia falta disso, conhecíamos os locutores das rádios e podíamos entrar lá para pedir uma música....a gente ia a cidade e brincava no único parque que havia lá, a cidade era tão pequena que andávamos a pé em toda ela, e até o prefeito ia a nossa casa e jantava lá com a gente...a gente cantava música brega e achava todas lindas, dançava forró grudadinha e achava o máximo...era bom demais...
... porém essa fase durou pouco (ou menos do que deveria ter durado) pois para variar, fui arrancada dela, assim como da infância, para assumir responsabilidades de gente grande....

(A "saga" continua nos próximos capítulos,rsrss*)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Segundo capítulo *

*Essa NÃO é uma obra de ficção...qualquer semelhança com fatos, pessoas ou acontecimentos reais NÃO teria sido mera coincidência*



...Demorei quase 1 ano até voltar a "existir", estava com 11 anos, já acabando a quinta série, e se com 9 eu já não me sentia criança, imagina então com 11...
Cá prá nós eu devia ser uma menininha meio metidinha,rsrs, a culpa disso é que sempre estive de alguma forma muito próxima de adultos e desde sempre tive que aprender a me virar, então isso me dava uma certa segurança e fazia com que eu me achasse adulta também, mas isso nao é de todo bom.
Cada idade é especial, cada fase, e eu nao fui muito menina (pelo menos não quando devia ter sido), já tinha responsabilidades de gente grande desde os 7 anos quando deixei a casa dos meus pais no sítio onde morávamos para morar com minhas irmãs na cidade e poder estudar, morávamos eu e três das minhas irmãs, todas mais velhas, e todas trabalhavam, menos eu, que ficava em casa sozinha o dia todo e tinha que fazer minha própria comida, entao nao tinha tempo para brincar de boneca!
(então eu procurava os "bonecos" para me distrair,rsrss, brincadeirinha)
Mas isso de morar na cidade longe dos meus pais só durou um ano mesmo...não agentei mais que isso, era tão novinha...não sei quem teve essa ideia (sem acento agora,rsrs) mas sei que não foi das melhores...apesar de que cada desafio pelo qual passamos nos ensina algo e nos faz crescer...
Aliás, lembrei de que dois anos depois de ter encarado esse desafio eu voltei a me arriscar nessa aventura de morar longe (aguentei mais um ano) para estudar... e dessa vez era para trabalhar também...hoje sei que é loucura, mas na época era necessidade mesmo...eu tinha uns 9, 10 anos, cuidava de duas crianças, uma tinha 4 e a outra 5 anos...imagine a cena...três crianças, era o q éramos...os pais das crianças trabalhavam e eu ficava com elas na parte da tarde depois que voltava da escola, era em frente a casa da minha vó...essa era minha proteção, qualquer coisa era para lá que eu corria...com as crianças junto, claro...
Sabe que até tenho saudades??? sim...eu era feliz com o que tinha, e Deus me abençoava colocando ao meu redor pessoas que me amavam e cuidavam muito de mim...
Mas...voltando a minha existencia...rsrs, vamos lá...
O nome dele era Alex, eu gostava do nome dele e gostava dele mais ainda, ele era branquinho, tinha olhos claros, e era um ano mais velho que eu, era filho da minha professora de ciências e iamos juntos a escola todos os dias, no mesmo ônibus ... ele tinha uma legiao de fãs,inclusive eu e mais 3 de minhas amigas, nós quatro estávamos literalmente de 4 por ele,rsrs, e é ai que mora o X da questao...ele era dificil...e o dificil sempre me atrai, acho que alem do rostinho bonito, a pele branquinha e os olhinhos que nos estonteavam ele nao tinha muito o que nos oferecer, ele era metido, era enjoado, se achava a última bolacha do pacote, e tudo por culpa nossa, que o tratávamos como se fosse um príncipe e todo dia levávamos chocolates, balas e muitos outros agradinhos para ele, que óbvio, adorava ser paparicado, e o engraçado é que nós nunca pensamos como seria se um dia ele escolhesse uma de nós, pq com as 4 é que nao daria prá ele ficar né? mas sabe o que é pior, é que era exatamente isso que ele queria, nós quatro, e na verdade, nenhuma das 4, o que ele queria era galinhar e com o tempo nós fomos caindo na real e enjoando dele...eu pelo menos cansei...mas isso ainda durou um ano, o bom de se ter 11 anos é que vc perde 1 ano da sua vida com um cafageste e parece que não perdeu nada, pq o tempo não passa como quando você tem por exemplo 29, e etc,rsrss.
Perdí um ano com o Alex, e nunca dei sequer um beijo nele, aliás, nenhuma das 4, pq tambem sabíamos ser difíceis, rsrs, mesmo morrendo de vontade....
e por falar em beijo, eis uma ironia do destino...com 9 anos dei meu primeiro e tambem meu segundo beijo, na mesma noite, em duas pessoas diferentes, que eram irmãos por sinal,rsrs...e depois disso só voltei a beijar com 12 anos...
pois é...3 anos depois...
Acho que tinha medo de beijar e o encanto acabar, e por outro lado, algumas vezes eu me lembrava de que era ainda uma criança...
Bom, mas esse beijo já é parte de outro capítulo dessa novela que eu prefiro chamar de vida...ou seria o contrário?!?