sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Terceiro capítulo*

...E eis que aos 12 anos conhecí o Zezinho (meu Deus, isso é nome de gente? pior q era,rsrsrs)
Tem alguns traumas na minha vida que eu com certeza herdei dessa época, e eles sao: homens galinhas, homens com nomes esquisitos e homens baixinhos...
Desde aquela época já atraia esse tipo...
O D minha primeira paixao, era grandão mas tinha um nome horrivel, o Zezinho além de ter o nome feio era baixinho, já o Alex, tinha nome bonito mas também era baixinho... e os 3 eram galinhas...:) ô vida...rsrss
Conhecí o Z quando eu e meus pais nos mudamos do sítio onde morávamos para um outro sítio, pois o meu pai havia acabado de conseguir com a ajuda das minhas irmãs (que tinham ido morar e trabalhar em Sao Paulo) sua primeira casa própria, aquilo foi uma alegria imensurável, agora tínhamos o nosso canto! e o lugar era maravilhoso, o sitio que morávamos antes era pequeno, com poucas residências, e esse era bem grande e tinha pelo menos 4 vezes mais famílias residindo que no outro...e o melhor, tinha muita menina e menino da minha idade! perfeito!!!!
Isso era para mim, na época em plena adolescência e louca por novidades, a melhor coisa. Mudar é sempre bom, seja de casa, de cidade, de trabalho, de namorado,rsrss...mudar é MUDAR!
isso implica em um monte de coisas novas, diferentes, e a gente sempre se enche de esperança a cada mudança. E comigo não foi diferente.
Fiz amizades preciosas com essa mudança, conheci gente a beça, e óbvio, conheci o Zezinho:) ele devia ter uns 13 ou 14 anos, e mesmo com tão pouca idade já era conhecido por sua fama de galinha!
Naquele sítio e nos sítios vizinhos, ele ja tinha beijado todas as meninas,e o pior é que todas babavam por ele, das mais novas as mais velhas, das feias as lindas, e eu não entendia o porquê...
até ficar também babando por ele e entender literalmente o porquê...
Ele era o tipo do cara que sabia como conquistar uma mulher, ou melhor, o tipo do garoto que sabia como conquistar uma garota, pq cá prá nós, nenhum de nós ainda era homem e/ou mulher naquela época,rssss...na verdade, conquistar também não é a palavra certa, o que ele tinha mesmo era "a pegada"...óbvio que na época eu não saberia definir isso, mas hoje eu sei, hoje eu posso falar que homem que tem "a pegada" é uma tentação a loucuras...é um perigo!
nem dá para explicar, eu não saberia dizer se é o beijo, o olhar, o jeito de abraçar, ou se é uma mistura de tudo, eu só sei mesmo é que a gente se perde nos braços de uma boa pegada...e quando nos damos conta estamos mole, mole...ai, ai!
Enfim...naquela época éramos apenas garotos e garotas vivendo tempos de descobertas...e que descobertas maravilhosas, diga-se de passagem!
...olhares prá cá, charme prá lá, brincadeiras, encontros, e lá tava eu caidinha por ele...
ele tinha um olhar que deixava qualquer garota meio tonta, meio fora de si...eu me perdia nessa troca de olhares que uma hora era pura magia e no segundo seguinte pura tentação...eu estremecia por dentro...eu tremia por fora,rsrss
e como eu era a novidade do pedaço, ele fazia de tudo para me agradar....
eu era a boca que ele queria beijar...era a novidade que ele queria experimentar... e tanto fez que conseguiu me deixar caidinha!
Mas demorou um pouco para acontecer o nosso primeiro beijo...eu tinha um medo estranho...tava tudo tão perfeitinho que eu não queria que acabasse...ô trauma besta esse que tomava conta de mim...se o Z não fosse tão persistente, se não quisesse aquele beijo até mais que eu, acho que ele teria desistido, pq eu dei trabaho,rsss...eu o castiguei um pouco, e isso até dava um certo charme a situação, sabe que o difícil é mais gostoso né?
o pior era que a gente tava sempre se esbarrando, só que rodeados de gente...ele queria uma brecha, eu fugia das brechas...
até que um dia ele me encostou literalmente na parede,rsrs...olhou bem no meu olho...eu quase morri ali mesmo...e ele me perguntou: você não me quer?
eu fiquei muda e ele disse que se eu não queria era só dizer e ele me deixaria em paz...
o q?não...como assim?eu quero, quero muito, quero tanto que tô quase pirando...isso era o que eu pensava, mas a voz não saia...e ele me deu um ultimato...
e fui para casa pensando como seria quando o encontrasse de novo, porque ele deixara claro que da próxima eu não escapava,rsrss...
Então alguns dias depois, numa noite encantada, demos o nosso primeiro beijo, o primeiro de muitos que vieram, no decorrer daquele ano, do outro e...rsrsss
E é o beijo dele que conta prá mim como o meu primeiro, o melhor, o que me fez NÃO querer sair correndo, ou desencanar, pelo contrário, o que fez com que eu me apaixonasse...pra valer!
e sinceramente, se aquela lenda que diz que a gente começa a existir depois que descobre o gosto do amor for verdade, eu posso então dizer que foi nesse momento que comecei a existir...
O que vivi antes de chegar "aqui" não foi nada ... finalmente descobrí que as pessoas tinham razão, eu era uma criança, "uma moleca, usando uma linguagem mais propícia" e o D, o A ou qualquer coisa parecida que acontecera antes tinha sido somente fantasias de uma garota que se achava gente grande...(com 12 anos e tava me sentindo a adulta,ai ai ai...ou seja, eu não tinha mudado nada,rsss)
Mas o Z...ahhhhhhhhhhhh o Z...a última letra do meu alfabeto, rsrs, o beijo com gosto de quero mais, o abraço que me fazia tremer...
os passeios de mãos dadas, os truqes para fugir das pessoas ao redor e poder ficar em algum cantinho sozinhos para beijar e beijar e beijar mais...
o primeiro "eu te amo" ouvido, dito, sentido e vivido!
Porém nem tudo era cor-de-rosa... meus pais o odiavam sem nem mesmo o conhecer, pois todos falavam que ele era galinha, que ia me fazer "mal",rsrs, e essa fama logo chegou aos ouvidos dos meu pais, que brigavam comigo sem parar por causa dele, eu tinha que "namorar" escondida, sem que ninguém da minha casa soubesse,e isso era complicado, pois eu tenho dois irmãos mais novos que não saiam da minha cola...(e mesmo que o Z fosse um santo meus pais não iam querer me ver namorando tão novinha, pq sem dúvida para eles eu era realmente ainda uma criança).
...Mas a gente sempre soube dar o nosso jeitinho, se íamos a alguma festa, a gente combinava um esconderijo, entao quando alguém dava uma brecha ou se distraia, a gente aproveitava...
No fundo meus pais e todos sabiam que a gente tinha algo, não dava muito para esconder o brilho nos olhos...atitudes podem ser camufladas, sentimentos não!
...aproveitamos muito...e beijamos muito...é basicamente dos beijos que me lembro...não havia uma amizade, não havia maturidade, não havia muita coisa,rss, mas haviam os beijos...os maravilhosos beijos!!!
Depois de um tempo começamos a ter outro tipo de problema (disso eu também me lembro bem) é q meus pais e o sitio todo tinham razao, isso é que era o pior...a fama de galinha não era só fama, era realidade...Se ele ia a alguma festa sem mim, e isso acontecia muito pois meus pais me brecavam, então já podia esperar por notícias ruins no outro dia...
eu ficava muito brava no começo, eu chorava de raiva, eu não sabia o que fazer...
então eu meio que me afastava por um tempo, eu fugia, eu não falava com ele...
mas depois tudo voltava ao normal e por um tempo éramos felizes de novo, até a próxima festa...
confesso que a falta de maturidade era um problemão...não havia uma conversa, nem mesmo uma briga para definir as coisas, eu nem sabia se ele ficava mesmo com outras ou se era mais conversa do povo...algumas vezes eu descobria depois que ele nem tinha feito nada, mas fama é fama...e imaturidade é imaturidade...faz parte!
e apesar de estarmos juntos, de ficarmos sempre, o fato é que não havia nada de muito sério entre nós...acho que nem tínhamos idade nem maturidade para isso, porém naquela época a palavra ficar não tava na moda, então qualquer um que vc beijava, era chamado de namorado, mas a gente sabia que não era isso...porém essa palavra fazia falta, pois não sabíamos definir o que tínhamos com a pessoa...e isso dava uma confusão danada...
Ficamos nesse vai e volta muito tempo...aquele ano, o outro e um pouco do outro... mas nesse meio tempo ficamos (mesmo sem a palavra existir de fato) com outras pessoas.
Mas se estivéssemos no mesmo lugar era inevitável ficarmos juntos, não importa se estávamos de mal, de bem ou o que fosse, a gente se olhava e já era...havia algo a mais entre nós...não era só um garoto que eu beijei, era o cara por quem me apaixonei...e por quem sofri, por quem lutei, mesmo sem saber como lutar...era com ele que eu sonhava ao dormir, e quando acordada, era nele que eu pensava, podia beijar outros, podia disfarçar, mas ele era diferente...e com o tempo até a brigar nós aprendemos...mas tivemos nossa felicidade, nossos muitos momentos bons, mágicos, inesquecíveis...e sim, valeu a pena...ahhhh como valeu!!!
Essa foi uma fase muito legal na minha vida, a fase de adolescente descobrindo o mundo...tinha muitas amigas lá no sitio, na cidade tambem, porquê eu estudava lá, e nos sitios vizinhos, onde sempre íamos a alguma festa...era uma garotada praticamente da mesma idade, e a gente aprontava mil e uma... Aiii q saudades!!!! tambem tinha os momentos de tristeza, raiva, brigas com o Z, ou pelo Z, ou ainda por causa do Z, mas sem dúvida, era tudo bom demais e eu faria tudo de novo...
Os dias eram intensos, acordava de madrugada para ir a escola que ficava na cidade,era bem puxado, mas eu ja tava acostumada, pois desde pequena eu fazia isso, voltava pra casa por volta das 13hs, e depois era só alegria...o resto da tarde e a noite eram de farra, de beijos escondidos, de brincadeiras de pêra-uva-maçã-salada mista...kkkkkk....a gente tomava banho no rio, comia fruta no pé, brincava de esconde-esconde, pulava corda, e também a janela, andava de bicicleta e também de cavalo e até de jegue, não assistia tv e não sentia falta disso, conhecíamos os locutores das rádios e podíamos entrar lá para pedir uma música....a gente ia a cidade e brincava no único parque que havia lá, a cidade era tão pequena que andávamos a pé em toda ela, e até o prefeito ia a nossa casa e jantava lá com a gente...a gente cantava música brega e achava todas lindas, dançava forró grudadinha e achava o máximo...era bom demais...
... porém essa fase durou pouco (ou menos do que deveria ter durado) pois para variar, fui arrancada dela, assim como da infância, para assumir responsabilidades de gente grande....

(A "saga" continua nos próximos capítulos,rsrss*)

Um comentário:

Juliana Farina disse...

wow!
curti bastante isso...
corra atrás pra publicar...

beijos