segunda-feira, 31 de agosto de 2009

*Quarto capítulo*

*A falta de tempo tem me impedido de escrever... por isso a demora na "entrega" desse capítulo...
Como diz um amigo querido, um dia ainda vou viver só de escrever, dai não terei mais esse problema... enquanto isso, sigo dando um jeitinho entre uma brecha e outra...

Obs.: Para entender esse é preciso ler o anterior e assim por diante, não é igual a novela que passa na tv, que vc assiste um sábado e quando vai assistir no sábado seguinte ainda tá na mesma coisa,rsrss....

...Fui convidada por uma amiga da minha familia para morar em Fortaleza...para trabalhar na casa da mãe e da irmã dela...eu tinha 13 anos, nunca tinha ido além da cidadezinha onde estudava e Fortaleza ficava umas 8hs de lá...
Na verdade eu tinha falado com ela para me chamar quando algum parente dela precisasse de alguém para trabalhar para eles ... e um belo dia sem mais nem menos eu estava passando lá em frente ao posto de gasolina, do qual ela era dona, e ela me chamou e perguntou se eu queria ir com ela a Fortaleza, porquê a mãe e a irmã estavam precisando de alguem, eu quase tive um treco, e o pior foi quando ela me disse que era para viajar no outro dia, e eu devia ir para casa, falar com minha mae, arrumar minha mala e está lá de volta para viajarmos a tarde (do outro dia, que era um sábado)
Minha cabeça começou rodar, um monte de coisas vinha ao mesmo tempo em minha mente, e sem muito o que fazer eu somente disse: SIM! estarei aqui...
fui para casa a mil...
fiquei tão atordoada que fui direto para a rodoviária pegar o ônibus para casa e até esquecí que eu devia passar na minha vó prá deixar umas coisas que minha mãe havia mandado pra ela e era por esse motivo que eu tinha passado em frente ao posto de gasolina, é que aquele era o caminho prá casa da minha vó....
cheguei a minha casa com as coisas e quase apanhei, e quando contei a novidade a minha mãe, quase apanhei de novo,rsrs...
foi uma grande euforia, no fundo todos sabiam que eu devia ir, que ia ser melhor para mim, ia poder ganhar um dinheirinho para ajudá-los, ia poder me dedicar mais aos meus estudos, numa escola melhor, enfim...ia poder ter uma vida melhor, de certa forma...
Mas e o medo? dava para perceber que minha mae estava apavorada, meu pai foi mais racional, ele confiava e gostava muito da Mundinha (que era quem tava me levando) com ela ele deixava eu ir a qualquer lugar, minha mãe tambem confiava, mas ainda assim temia por mim, afinal eu era sua menininha...de repente sua filhinha ia alçar vôo...
Minha familia é grande, somos 8 irmãos...sendo 5 mulheres e 3 homens...
eu sou a mais nova das mulheres...e nessa época, todas as minhas irmãs já haviam alçado seus vôos, 3 estavam morando em Sao Paulo, e uma em Fortaleza, inclusive, na casa de parentes tambem da Mundinha, todas já haviam saido de casa para enfrentar o mundão lá fora em busca de melhores condiçoes de vida, agora restava eu...
e acho que pelo fato de ser a mais nova, ela tinha mais medo, afinal, sempre tinha estado ali com ela, agora ela ia ser a unica mulher naquela casa...
Ela tentou me convencer a nao ir...pensou em todas as coisas ruins que poderia acontecer, tava quase conseguindo me convencer a nao ir, mas de vez em quando ela mesma citava as coisas boas que tambem poderiam acontecer, e isso deixava nós duas em dúvida...
mas acabamos nos convencendo de que eu deveria tentar, afinal, nao era obrigada a ficar lá, se nao desse certo, voltava...e eu nao ia estar ao todo sozinha num lugar desconhecido, tinha a minha irmã que pelo menos morava na mesma cidade, já era alguma coisa pensar isso...
e então começou a correria, arruma roupa, passa roupa, lava isso, conserta aquilo...
uma hora eu tava triste, na outra eu tava empolgada...era uma mistura de emoções e sensações que de certa forma eram desconhecidas prá mim...(apesar de já ter passado por algo parecido quando mudamos de um sítio para outro) de um lado a sensação de perda, a tristeza por deixar os amigos, mas por outro, a alegria, as portas se abrindo para o novo, o desconhecido (e esse sempre traz surpresas) enfim...
Dessa vez era bem diferente...por muitos motivos...
Havia uma festa aquela noite, eu nem consegui aproveitar muito, só pensava no que ia ser da minha vida a partir daquele dia...
Então falei pras minhas amigas que tava indo viajar no outro dia prá Fortaleza prá dar uma força prá mãe da mundinha que tava sem empregada, elas ficaram meio chateadas aquela noite, especialmente a Suenir, que era na época a minha melhor amiga...foi uma noite estranha, o clima ficou tenso, e ninguém falava nada com nada, e quando abriam a boca era somente prá me encher de perguntas...e aquela que poderia ter sido uma ótima noite para eu guardar na lembranças, acabou sendo a pior noite que passei com a galera...
E foi assim que alcei meu primeiro voo em direção ao futuro ... dia 26 de junho de 1993 desembarquei em Fortaleza...na bagagem apenas lembranças, muitas lembranças... e no coraçao esperanças, muitas esperanças...
Nos primeiros dias eu quis voltar, chorava muito com saudade da minha mãe, do meu pai, da minha casa, dos maninhos, das amigas e de todo o meu mundo que havia ficado lá atras...
Ainda bem que nao voltei...na verdade, fui convencida a nao voltar....e essa foi só uma das inúmeras coisas boas que o pessoal daquela casa fez por mim, mas no começo tudo era estranho demais...eu já acordava querendo dormir para esquecer que tava tão longe de tudo e de todos...
o mês de julho demorou a passar, aquele era meu mês favorito, era mês do meu aniversario, mas pela primeira vez foi o pior mês...
E foi assim que dia 23/07/93 fiz catorze anos...o único consolo foram as cartas que recebi de meus pais e minhas amigas, agora esse era meu passatempo favorito, escrever cartas... e quando recebia as que elas me mandavam, eu chorava e chorava...
Mas finalmente julho se foi e agosto veio... e com ele, uma coisa ótima...a escola...
Escola nova, amigos novos, desafios...tudo,tudo novo...amava estudar, amava a escola desde pequena, e foi a escola que me fez querer ficar em Fortaleza, porquê já nos primeiros dias eu conheci muita gente, os professores foram muito legais comigo, mais uma vez eu era a novidade do pedaço, e aquilo tinha suas muitas vantagens....
Estava na sétima série...logo de cara fiz amizade com 3 pessoas em especial...Paula, Márcio e Niedja...tínhamos a mesma idade, falávamos a mesma língua....sabe o tipo de amizade que você faz e fica prá vida toda? entao...com esses três foi assim...tem 16 anos que isso aconteceu, e somos amigos até hoje....éramos carne e unha, fazíamos os trabalhos juntos, e tirávamos as melhores notas...éramos queridos pelos professores e aquela escola era nossa casa...
Que época boa!!! minha querida escola Hermino Barroso (HB)...conhecia desde a faxineira até a diretora...toda noite antes da aula começar eu ficava um tempo vendo a novela na sala dos professores...era um barato...
Durante o dia, eu e Aldenoura (a outra empregada) nos revesávamos para cuidar das duas casas...a da Dona Noeme e a da Luci, que eram, respectivamente,a mãe a irmã da Mundinha...
A unica coisa ruim de morar em Fortaleza era o fato de não morar com meus pais, por mais legais que o pessoal fosse comigo, por mais que me tratassem não como empregada e sim como pessoa, eu queria muito ter morado em Fortaleza com minha familia, porquê sem dúvida eu ia poder dizer que aquela foi a melhor época da minha vida...mas nao foi exatamente por isso, porquê eu nao tinha a liberdade que teria se morasse na minha casa, com meu povo, lá em Fortaleza eu conheci tanta gente, fiz tantas amizades, mas tudo isso se restringia a escola, eu nao podia sair, só ia de casa prá escola e vice-versa, a escola era o unico lugar que eu podia ir sozinha, e talvez por isso eu a amava tanto, era lá que passava tempo com meus queridos amigos e amigas, e isso nao significa que eu ficava presa em casa, não, eu até saia, ia a missa nas noites de sábado, depois a gente comia fora, as vezes íamos ao shopping, ao cinema, brincávamos no parque, e de domingo íamos a praia, mas sempre acompanhada da Luci, do seu marido (Airton) e das crianças... ah e da Aldenoura tambem...
A gente se divertia a beça, especialmente eu, que agora era mais criança que nunca havia sido, a Aldenoura que na época devia ter uns 17 anos não gostava muito desses passeios, ela tava na fase de querer curtir, ficar, beijar, e eu tava finalmente deixando fluir meu lado criança, pelo menos nesses passeios, eu adorava...e entendia o fato de nao poder sair sozinha, a Luci e Dona Noeme eram responsaveis por nós, meus pais e os da Aldenoura haviam nos confiado a elas, e qualquer coisa que nos acontecesse, seria de suas responsabilidade, eu entendia isso, a Aldenoura não...era meio rebelde (leia-se adolescente).
E é óbvio que eu adoraria que fosse diferente, adoraria poder sair com a galera, aprontar mil e uma, mas como não podia, eu aproveitava o que tinha.
as vezes as meninas e o Marcio vinham até a casa que eu morava para fazermos os trabalhos da escola juntos, passavamos a tarde mais conversando que estudando, e assim ia aos poucos ganhando terreno e me acostumando naquele lugar...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Terceiro capítulo*

...E eis que aos 12 anos conhecí o Zezinho (meu Deus, isso é nome de gente? pior q era,rsrsrs)
Tem alguns traumas na minha vida que eu com certeza herdei dessa época, e eles sao: homens galinhas, homens com nomes esquisitos e homens baixinhos...
Desde aquela época já atraia esse tipo...
O D minha primeira paixao, era grandão mas tinha um nome horrivel, o Zezinho além de ter o nome feio era baixinho, já o Alex, tinha nome bonito mas também era baixinho... e os 3 eram galinhas...:) ô vida...rsrss
Conhecí o Z quando eu e meus pais nos mudamos do sítio onde morávamos para um outro sítio, pois o meu pai havia acabado de conseguir com a ajuda das minhas irmãs (que tinham ido morar e trabalhar em Sao Paulo) sua primeira casa própria, aquilo foi uma alegria imensurável, agora tínhamos o nosso canto! e o lugar era maravilhoso, o sitio que morávamos antes era pequeno, com poucas residências, e esse era bem grande e tinha pelo menos 4 vezes mais famílias residindo que no outro...e o melhor, tinha muita menina e menino da minha idade! perfeito!!!!
Isso era para mim, na época em plena adolescência e louca por novidades, a melhor coisa. Mudar é sempre bom, seja de casa, de cidade, de trabalho, de namorado,rsrss...mudar é MUDAR!
isso implica em um monte de coisas novas, diferentes, e a gente sempre se enche de esperança a cada mudança. E comigo não foi diferente.
Fiz amizades preciosas com essa mudança, conheci gente a beça, e óbvio, conheci o Zezinho:) ele devia ter uns 13 ou 14 anos, e mesmo com tão pouca idade já era conhecido por sua fama de galinha!
Naquele sítio e nos sítios vizinhos, ele ja tinha beijado todas as meninas,e o pior é que todas babavam por ele, das mais novas as mais velhas, das feias as lindas, e eu não entendia o porquê...
até ficar também babando por ele e entender literalmente o porquê...
Ele era o tipo do cara que sabia como conquistar uma mulher, ou melhor, o tipo do garoto que sabia como conquistar uma garota, pq cá prá nós, nenhum de nós ainda era homem e/ou mulher naquela época,rssss...na verdade, conquistar também não é a palavra certa, o que ele tinha mesmo era "a pegada"...óbvio que na época eu não saberia definir isso, mas hoje eu sei, hoje eu posso falar que homem que tem "a pegada" é uma tentação a loucuras...é um perigo!
nem dá para explicar, eu não saberia dizer se é o beijo, o olhar, o jeito de abraçar, ou se é uma mistura de tudo, eu só sei mesmo é que a gente se perde nos braços de uma boa pegada...e quando nos damos conta estamos mole, mole...ai, ai!
Enfim...naquela época éramos apenas garotos e garotas vivendo tempos de descobertas...e que descobertas maravilhosas, diga-se de passagem!
...olhares prá cá, charme prá lá, brincadeiras, encontros, e lá tava eu caidinha por ele...
ele tinha um olhar que deixava qualquer garota meio tonta, meio fora de si...eu me perdia nessa troca de olhares que uma hora era pura magia e no segundo seguinte pura tentação...eu estremecia por dentro...eu tremia por fora,rsrss
e como eu era a novidade do pedaço, ele fazia de tudo para me agradar....
eu era a boca que ele queria beijar...era a novidade que ele queria experimentar... e tanto fez que conseguiu me deixar caidinha!
Mas demorou um pouco para acontecer o nosso primeiro beijo...eu tinha um medo estranho...tava tudo tão perfeitinho que eu não queria que acabasse...ô trauma besta esse que tomava conta de mim...se o Z não fosse tão persistente, se não quisesse aquele beijo até mais que eu, acho que ele teria desistido, pq eu dei trabaho,rsss...eu o castiguei um pouco, e isso até dava um certo charme a situação, sabe que o difícil é mais gostoso né?
o pior era que a gente tava sempre se esbarrando, só que rodeados de gente...ele queria uma brecha, eu fugia das brechas...
até que um dia ele me encostou literalmente na parede,rsrs...olhou bem no meu olho...eu quase morri ali mesmo...e ele me perguntou: você não me quer?
eu fiquei muda e ele disse que se eu não queria era só dizer e ele me deixaria em paz...
o q?não...como assim?eu quero, quero muito, quero tanto que tô quase pirando...isso era o que eu pensava, mas a voz não saia...e ele me deu um ultimato...
e fui para casa pensando como seria quando o encontrasse de novo, porque ele deixara claro que da próxima eu não escapava,rsrss...
Então alguns dias depois, numa noite encantada, demos o nosso primeiro beijo, o primeiro de muitos que vieram, no decorrer daquele ano, do outro e...rsrsss
E é o beijo dele que conta prá mim como o meu primeiro, o melhor, o que me fez NÃO querer sair correndo, ou desencanar, pelo contrário, o que fez com que eu me apaixonasse...pra valer!
e sinceramente, se aquela lenda que diz que a gente começa a existir depois que descobre o gosto do amor for verdade, eu posso então dizer que foi nesse momento que comecei a existir...
O que vivi antes de chegar "aqui" não foi nada ... finalmente descobrí que as pessoas tinham razão, eu era uma criança, "uma moleca, usando uma linguagem mais propícia" e o D, o A ou qualquer coisa parecida que acontecera antes tinha sido somente fantasias de uma garota que se achava gente grande...(com 12 anos e tava me sentindo a adulta,ai ai ai...ou seja, eu não tinha mudado nada,rsss)
Mas o Z...ahhhhhhhhhhhh o Z...a última letra do meu alfabeto, rsrs, o beijo com gosto de quero mais, o abraço que me fazia tremer...
os passeios de mãos dadas, os truqes para fugir das pessoas ao redor e poder ficar em algum cantinho sozinhos para beijar e beijar e beijar mais...
o primeiro "eu te amo" ouvido, dito, sentido e vivido!
Porém nem tudo era cor-de-rosa... meus pais o odiavam sem nem mesmo o conhecer, pois todos falavam que ele era galinha, que ia me fazer "mal",rsrs, e essa fama logo chegou aos ouvidos dos meu pais, que brigavam comigo sem parar por causa dele, eu tinha que "namorar" escondida, sem que ninguém da minha casa soubesse,e isso era complicado, pois eu tenho dois irmãos mais novos que não saiam da minha cola...(e mesmo que o Z fosse um santo meus pais não iam querer me ver namorando tão novinha, pq sem dúvida para eles eu era realmente ainda uma criança).
...Mas a gente sempre soube dar o nosso jeitinho, se íamos a alguma festa, a gente combinava um esconderijo, entao quando alguém dava uma brecha ou se distraia, a gente aproveitava...
No fundo meus pais e todos sabiam que a gente tinha algo, não dava muito para esconder o brilho nos olhos...atitudes podem ser camufladas, sentimentos não!
...aproveitamos muito...e beijamos muito...é basicamente dos beijos que me lembro...não havia uma amizade, não havia maturidade, não havia muita coisa,rss, mas haviam os beijos...os maravilhosos beijos!!!
Depois de um tempo começamos a ter outro tipo de problema (disso eu também me lembro bem) é q meus pais e o sitio todo tinham razao, isso é que era o pior...a fama de galinha não era só fama, era realidade...Se ele ia a alguma festa sem mim, e isso acontecia muito pois meus pais me brecavam, então já podia esperar por notícias ruins no outro dia...
eu ficava muito brava no começo, eu chorava de raiva, eu não sabia o que fazer...
então eu meio que me afastava por um tempo, eu fugia, eu não falava com ele...
mas depois tudo voltava ao normal e por um tempo éramos felizes de novo, até a próxima festa...
confesso que a falta de maturidade era um problemão...não havia uma conversa, nem mesmo uma briga para definir as coisas, eu nem sabia se ele ficava mesmo com outras ou se era mais conversa do povo...algumas vezes eu descobria depois que ele nem tinha feito nada, mas fama é fama...e imaturidade é imaturidade...faz parte!
e apesar de estarmos juntos, de ficarmos sempre, o fato é que não havia nada de muito sério entre nós...acho que nem tínhamos idade nem maturidade para isso, porém naquela época a palavra ficar não tava na moda, então qualquer um que vc beijava, era chamado de namorado, mas a gente sabia que não era isso...porém essa palavra fazia falta, pois não sabíamos definir o que tínhamos com a pessoa...e isso dava uma confusão danada...
Ficamos nesse vai e volta muito tempo...aquele ano, o outro e um pouco do outro... mas nesse meio tempo ficamos (mesmo sem a palavra existir de fato) com outras pessoas.
Mas se estivéssemos no mesmo lugar era inevitável ficarmos juntos, não importa se estávamos de mal, de bem ou o que fosse, a gente se olhava e já era...havia algo a mais entre nós...não era só um garoto que eu beijei, era o cara por quem me apaixonei...e por quem sofri, por quem lutei, mesmo sem saber como lutar...era com ele que eu sonhava ao dormir, e quando acordada, era nele que eu pensava, podia beijar outros, podia disfarçar, mas ele era diferente...e com o tempo até a brigar nós aprendemos...mas tivemos nossa felicidade, nossos muitos momentos bons, mágicos, inesquecíveis...e sim, valeu a pena...ahhhh como valeu!!!
Essa foi uma fase muito legal na minha vida, a fase de adolescente descobrindo o mundo...tinha muitas amigas lá no sitio, na cidade tambem, porquê eu estudava lá, e nos sitios vizinhos, onde sempre íamos a alguma festa...era uma garotada praticamente da mesma idade, e a gente aprontava mil e uma... Aiii q saudades!!!! tambem tinha os momentos de tristeza, raiva, brigas com o Z, ou pelo Z, ou ainda por causa do Z, mas sem dúvida, era tudo bom demais e eu faria tudo de novo...
Os dias eram intensos, acordava de madrugada para ir a escola que ficava na cidade,era bem puxado, mas eu ja tava acostumada, pois desde pequena eu fazia isso, voltava pra casa por volta das 13hs, e depois era só alegria...o resto da tarde e a noite eram de farra, de beijos escondidos, de brincadeiras de pêra-uva-maçã-salada mista...kkkkkk....a gente tomava banho no rio, comia fruta no pé, brincava de esconde-esconde, pulava corda, e também a janela, andava de bicicleta e também de cavalo e até de jegue, não assistia tv e não sentia falta disso, conhecíamos os locutores das rádios e podíamos entrar lá para pedir uma música....a gente ia a cidade e brincava no único parque que havia lá, a cidade era tão pequena que andávamos a pé em toda ela, e até o prefeito ia a nossa casa e jantava lá com a gente...a gente cantava música brega e achava todas lindas, dançava forró grudadinha e achava o máximo...era bom demais...
... porém essa fase durou pouco (ou menos do que deveria ter durado) pois para variar, fui arrancada dela, assim como da infância, para assumir responsabilidades de gente grande....

(A "saga" continua nos próximos capítulos,rsrss*)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Segundo capítulo *

*Essa NÃO é uma obra de ficção...qualquer semelhança com fatos, pessoas ou acontecimentos reais NÃO teria sido mera coincidência*



...Demorei quase 1 ano até voltar a "existir", estava com 11 anos, já acabando a quinta série, e se com 9 eu já não me sentia criança, imagina então com 11...
Cá prá nós eu devia ser uma menininha meio metidinha,rsrs, a culpa disso é que sempre estive de alguma forma muito próxima de adultos e desde sempre tive que aprender a me virar, então isso me dava uma certa segurança e fazia com que eu me achasse adulta também, mas isso nao é de todo bom.
Cada idade é especial, cada fase, e eu nao fui muito menina (pelo menos não quando devia ter sido), já tinha responsabilidades de gente grande desde os 7 anos quando deixei a casa dos meus pais no sítio onde morávamos para morar com minhas irmãs na cidade e poder estudar, morávamos eu e três das minhas irmãs, todas mais velhas, e todas trabalhavam, menos eu, que ficava em casa sozinha o dia todo e tinha que fazer minha própria comida, entao nao tinha tempo para brincar de boneca!
(então eu procurava os "bonecos" para me distrair,rsrss, brincadeirinha)
Mas isso de morar na cidade longe dos meus pais só durou um ano mesmo...não agentei mais que isso, era tão novinha...não sei quem teve essa ideia (sem acento agora,rsrs) mas sei que não foi das melhores...apesar de que cada desafio pelo qual passamos nos ensina algo e nos faz crescer...
Aliás, lembrei de que dois anos depois de ter encarado esse desafio eu voltei a me arriscar nessa aventura de morar longe (aguentei mais um ano) para estudar... e dessa vez era para trabalhar também...hoje sei que é loucura, mas na época era necessidade mesmo...eu tinha uns 9, 10 anos, cuidava de duas crianças, uma tinha 4 e a outra 5 anos...imagine a cena...três crianças, era o q éramos...os pais das crianças trabalhavam e eu ficava com elas na parte da tarde depois que voltava da escola, era em frente a casa da minha vó...essa era minha proteção, qualquer coisa era para lá que eu corria...com as crianças junto, claro...
Sabe que até tenho saudades??? sim...eu era feliz com o que tinha, e Deus me abençoava colocando ao meu redor pessoas que me amavam e cuidavam muito de mim...
Mas...voltando a minha existencia...rsrs, vamos lá...
O nome dele era Alex, eu gostava do nome dele e gostava dele mais ainda, ele era branquinho, tinha olhos claros, e era um ano mais velho que eu, era filho da minha professora de ciências e iamos juntos a escola todos os dias, no mesmo ônibus ... ele tinha uma legiao de fãs,inclusive eu e mais 3 de minhas amigas, nós quatro estávamos literalmente de 4 por ele,rsrs, e é ai que mora o X da questao...ele era dificil...e o dificil sempre me atrai, acho que alem do rostinho bonito, a pele branquinha e os olhinhos que nos estonteavam ele nao tinha muito o que nos oferecer, ele era metido, era enjoado, se achava a última bolacha do pacote, e tudo por culpa nossa, que o tratávamos como se fosse um príncipe e todo dia levávamos chocolates, balas e muitos outros agradinhos para ele, que óbvio, adorava ser paparicado, e o engraçado é que nós nunca pensamos como seria se um dia ele escolhesse uma de nós, pq com as 4 é que nao daria prá ele ficar né? mas sabe o que é pior, é que era exatamente isso que ele queria, nós quatro, e na verdade, nenhuma das 4, o que ele queria era galinhar e com o tempo nós fomos caindo na real e enjoando dele...eu pelo menos cansei...mas isso ainda durou um ano, o bom de se ter 11 anos é que vc perde 1 ano da sua vida com um cafageste e parece que não perdeu nada, pq o tempo não passa como quando você tem por exemplo 29, e etc,rsrss.
Perdí um ano com o Alex, e nunca dei sequer um beijo nele, aliás, nenhuma das 4, pq tambem sabíamos ser difíceis, rsrs, mesmo morrendo de vontade....
e por falar em beijo, eis uma ironia do destino...com 9 anos dei meu primeiro e tambem meu segundo beijo, na mesma noite, em duas pessoas diferentes, que eram irmãos por sinal,rsrs...e depois disso só voltei a beijar com 12 anos...
pois é...3 anos depois...
Acho que tinha medo de beijar e o encanto acabar, e por outro lado, algumas vezes eu me lembrava de que era ainda uma criança...
Bom, mas esse beijo já é parte de outro capítulo dessa novela que eu prefiro chamar de vida...ou seria o contrário?!?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

As páginas que o vento não levou (primeiro capítulo)

Li uma vez em algum lugar que sua existência começa quando você se apaixona pela primeira vez. Entao, vendo por esse ponto, eu comecei a "existir" em 1988, quando, aos 9 anos de idade, tive minha primeira paixão.
Precoce, eu? que nada...
Ele tinha 14 anos, o nariz achatado e uma cara de "NADA", sabe como é? não, né? entao, deixa prá lá!
Ele era órfão de pai e mãe e morava com seus irmãos que eram todos amigos da minha familia, uma de suas irmãs era inclusive a minha melhor amiga naquela época, mas eu me lembro que demorei a beça até tomar coragem para contar a ela sobre minha paixão secreta, mas sabe como é essa coisa de paixão ne? parece que quanto mais você tenta esconder, mais rápido todo mundo fica sabendo, é como se tivesse mesmo escrito na nossa testa, como se diz por aí.
Já faz 20 anos que isso aconteceu, mas eu ainda consigo me lembrar de cada detalhe, me lembro que ele nao me dava a menor bola, ele era apaixonada pela minha irmã que tinha a idade dele e eu nao passava de uma criancinha!
Mas quando o via meu coraçãozinho disparava, parecia que eu ia ter um treco, inventava qualquer coisa só para ir até a casa dele, para poder vê-lo...e os dias iam se passando e nada acontecia...
a irmã mais velha dele e as amigas das minhas irmãs, riam de mim, hoje sei que todos se divertiam com minha paixão platônica, nao por mal, mas pq embora eu nao achasse isso, o fato é q eu era mesmo uma criança ainda, e ninguém dava bola pros meus sentimentos...
Mas um dia eu dei o meu primeiro beijo, ainda com 9 anos, eu tava na quarta série, e eu nao era essa criancinha que o povo achava, apesar de ser a mais novinha da minha sala, eu era a aluna mais inteligente, tinha sempre as melhores notas, era sempre elogiada e amada por todos os professores, muito diferente de hj, só para constar...

Enfim...meu primeiro beijo, que coisa mais estranha,rsrs, a começar pela pessoa que me beijou, que nao era o meu príncipe, a minha paixão, e sim, o irmão dele, é...pois é,rsrss, o primeiro beijo da minha vida já começou torto, pq foi com o irmão do cara por quem eu era apaixonada,pense numa coisa esquisita, e ele devia ter uns 10 anos a mais que eu, e eu sei lá porquê ele fez isso, só sei que fez, e quando eu percebí já tava com a lingua dele enroscada na minha, estávamos todos indo a uma festa, eu, ele e a irmã dele (aquela que era a minha melhor amiga) e o meu príncipe já estava lá na festa nos esperando...e eu tinha sonhado que aquela seria a minha noite, que finalmente ele ia me enxergar, que ia me beijar, e pior é que foi assim mesmo, porque nessa noite eu também beijei ele,rsrsrsrs ...dei meu primeiro e segundo beijo na mesma noite, em duas pessoas diferentes, pior, em dois irmãos...
É, eu posso ter começado a "existir" da maneira menos convencional possível, mas sabe que depois eu achei que foi perfeito? É ... raciocine comigo, quando vamos fazer uma coisa pela primeira vez, geralmente não sabemos fazer, óbvio, a gente nunca fez, e eu morria de medo de o meu principe querer me beijar e eu não saber o que fazer com a lingua, essas coisas ... acontece que aquela noite quando finalmente ele me deu o tão esperado beijo com o qual eu tanto sonhei, eu já estava preparada, pq o irmao dele tinha me ajudado, me dando, ou melhor, me roubando aquele beijo no caminho, tudo bem que ainda nao tava tão craque assim né?rsrs
mas já sabia exatamente o que fazer quando tivesse cara a cara, ou melhor, boca a boca com meu príncipe...
e foi o que fiz...fiquei tranquila e deixei rolar, como se fosse a senhora experiência,rsrs
Mas uma coisa mais que esquisita aconteceu...
O encanto acabou! e aquele foi o nosso primeiro e foi também o nosso último beijo. Sabe quando a gente quer muito uma coisa e quer tanto tanto que vive em função disso? passa dias, meses, até anos esperando e quando acontece é como se perdesse a graça...isso é tão estranho, mas é a minha cara, e infelizmente até hoje sou assim, por isso tantas páginas levadas pelo vento...
Depois do beijo minha vida voltou ao normal, sem coração acelerado, sem borboletas no estômago, sem a menor graça, acho que voltei a nao "existir"rsrss
Havia convidado o meu ex-príncipe para ser meu padrinho na formatura da quarta série e tinha sonhado tanto com essa noite, mas, depois do beijo, nao sonhei mais,cheguei a me arrepender de tê-lo beijado antes, podia ter guardado a expectativa para noite de formatura, para ser algo histórico,rsrs, mas já tinha sido e tinha acabado, e eu nem sabia mais pq tinha sido,rsrs...agora eu estava com 10 anos...
Ah! ia me esquecendo, sabe o que eu fiz quando ainda estava apaixonada? tatuei no meu braço a primeira letra do meu nome junto da primeira letra do nome dele, mas nao era uma tatuagem normal, era feita com o leite da castanha de cajú (só quem se criou na terrinha,vulgo ceará, sabe como é isso) e embora nao ficasse para sempre, ficava por anos (na verdade acho que se fizer bem feita fica para sempre, como as tatuagens convencionais) e eu quase arranquei meu braço de tanto esfregar aquilo na tentativa de apagá-lo para sempre de minha vida, (sem contar que se minha mãe visse aquilo eu ia receber um grande surra de brinde), deu muito trabalho, eu passava horas todos os dias esfregando meu bracinho e nada...até hj ainda tenho a marca do G (de Graça) no meu braço, é quase imperceptível, mas ainda tá lá...porem o D q era do nome dele, eu nao sei como conseguí arrancar!(aliás o nome dele era tão feio que eu nem vou colocar aqui, o D na verdade era a primeira letra do apelido, que era ainda mais feio que o nome,rsrs)....
E assim acabou o primeiro capítulo da minha humilde novela (leia-se existência) e essa foi minha entrada triunfal no mundo dos abobalhados (leia-se apaixonados,rsrs)
(a seguir cenas do próximo capítulo,rsrsrs)