domingo, 25 de março de 2012

'Medo de amar'



Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos de enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas, absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe porquê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.



'Autoria desconhecida'

quinta-feira, 8 de março de 2012

*A lição que deveríamos aprender*

Por indicação de uma pessoa mega especial, assisti, outro dia, ao filme 'o último americano virgem', e, apesar do título, rs, eu pude tirar uma lição preciosa do filme...além de várias reflexões.
A princípio, o filme destaca a trajetória de 3 garotos no auge da adolescência, loucos para perder a virgindade, mas a história ganha um novo rumo quando um dos garotos (Gary) se apaixona e não é correspondido (coisa básica,rs), mas a garota por quem ele se apaixona (Karen), acaba namorando um dos amigos dele (Rick), o garanhão da turma. Depois de uma noite de muito amor e sexo (não necessariamente nessa ordem) a menina fica grávida e o garanhão simplesmente a descarta, como se fosse uma roupa velha da qual ele já não precisa mais.

Gary, Rick e David
                            Gary, Rick e David
 
Movido por seu amor juvenil, Gary, o garoto apaixonado, une todas as forças para ajudar Karen a superar a barra de ter sido abandonada grávida. Apesar de oferecer a ela uma casa para morar, toda a ajuda necessária e sua lealdade, Gary não consegue convencer Karen a ter o filho, ela quer fazer um aborto, mas para isso precisa de dinheiro, digo, muito dinheiro.
Gary faz de tudo para conseguir o dinheiro, vende suas coisas, pede dinheiro emprestado, se humilha...ele deixa de viver sua vida para viver a vida dela, esquece de si mesmo para ajudá-la, e faz tudo com toda a boa vontade e todo o amor possível...
Karen faz o aborto e fica grata a Gary por tudo que fez por ela, dizendo que ele é um amigo de verdade, mas nessa ocasião ele aproveita para declarar seu amor, diz a Karen que, na verdade, a amou desde a primeira vez que a viu, mas que não podia se declarar antes, visto que ela namorava seu amigo...então finalmente os dois têm seu momento especial juntos.
Mas, uma semana depois, em sua festa de aniversário, Gary encontra Karen aos beijos com Rick (o amigo garanhão que a havia abandonado quando soube que ela estava grávida)

     http://www.youtube.com/watch?v=as7Jh1r1njg

Fim do filme e início de um dilema: Quando amamos alguém que não nos ama, achamos que o fato de sermos bons e leais com essa pessoa pode ajudá-la a nos amar...será mesmo que PODE? vale a pena apostar todas as fichas para tentar conquistar o amor de alguém?  
Como eu disse, um dilema...
Mas , para mim, a lição que ficou foi: não, não adianta...
Não é sendo legal, correto, bom, ou qualquer adjetivo do gênero que vc vai fazer com que alguém te ame...e sabe pq? pq não amamos alguém por ser bom, ou legal, nós apenas amamos...
Podemos conseguir gratidão, amizade, mas amor não...pq o amor é gratuito, é natural, a gente sente ou não sente...
Não estou querendo dizer que temos de ser ruins para conquistar alguém, assim como ser bom não adianta, ser ruim, muito menos....
Portanto, se você ama alguém que não sente o mesmo, não force a barra...seja bom com ela se isso for do seu caráter, mas não ache que é isso que vai fazer com que ela te ame...não vai... 
Se vc for bom só para agradar e tentar conquistar, vc só vai se machucar ainda mais...
Seja bom sem esperar em troca nada mais que gratidão...e se isso não basta a vc, vire a página, as costas, o que for...mas dê logo adeus, antes que essa pessoa, que nem tem culpa por não te amar, consiga despedaçar você...