quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sexto*

2009-09-02...Hoje o dia está lindo, estou tão contente, mesmo sem motivo aparente...isso é tão bom, porque significa que não estou sentindo falta de nada, estou satisfeita...pelo menos por hoje,rss...e esse capítulo me fez voltar a um tempo em que tudo era mais simples, ser feliz era mais simples...me fez relembrar coisas malucas, me fez sentir saudade, mas uma saudade boa...daquelas que a gente dá gargalhadas ao reviver na memória algumas cenas...
Divirta-se ... e sente-se porque você pode ter um susto...
(Eu avisei (avisei???) que não era anjo sempre ... kkk)

...Lá se foram aquelas férias...lá se foi aquela paixão...
E essa foi a última vez em que meus lábios tocaram os dele...apesar de lá na frente muita água ter rolado, já adianto que aquela história encerrou-se ali...ou melhor, a paixão ficou enterrada ali, porque a história em si ainda teve outros capítulos...

Bom, ano novo...o tempo não para e vamos voltar a vida...
Voltar a vida para mim naquele momento significava voltar à Fortaleza e foi o que fiz logo após a virada do ano...e lá eu só pensava numa coisa: o reinício das aulas...
Estava com catorze anos e na oitava série...estudando no HB junto com a Paula, o Márcio e a Niedja...como já havia dito, a melhor escola, os melhores amigos e os melhores professores...
E por falar em professor, esse capítulo é sobre um em especial que me tirou do ar algumas vezes...
Senta que lá vem história...

Tinhamos lá no HB um professor chamado Carlos, ele havia sido meu professor de matemática na sétima série e agora na oitava era de ciências. Todas as alunas babavam por ele que devia ter quase 40 anos, e nós, 14; algumas 15; as mais velhas deviam ter 18, imagina só...
Ele era um amor, todo doce com sua legião de fãs.
Seu curriculo incluia um casamento e dois filhos, e isso nós esqueciamos completamente quando estávamos com ele, mas para ser bem sincera, não estávamos ali para ter um caso com ele, por isso pouco importava se era casado, o que queríamos era a atenção, era ser paparicada... adolescente adora isso, e meninas gostam de homens mais velhos exatamente porque não são meninos, são homens né?rss...
Eles se tornam uma espécie de ídolo para nós, eles nos protegem, nos passam segurança...
Ele era todo carinhoso comigo, eu me sentia a super super...desde o primeiro dia ele me dava uma atenção toda especial e eu achava que era pelo fato de eu ter entrado no meio do ano e ser novata, então ele fazia de tudo para me proteger, para fazer com que eu me sentisse bem, mas haviam vários outros professores e nenhum era assim tão protetor e tão bonzinho comigo quanto ele...e eu já tava mais que enturmada, já era a mais popular daquela escola, ele nem precisava mais ser tão bonzinho, mas ele era...e isso me fazia ir às nuvens...eu suspirava pelos cantos e fazia de tudo para encontrá-lo "por acaso" nos corredores ou nas outras salas de aula...
Essa poderia ser só uma historinha de paixão platônica super normal que já aconteceu com toda garota...sim, poderia...Mas comigo não foi assim...(Pois é, eu disse para se sentar)...
Emfim...vira e mexe eu saia da minha sala, fingia ir ao banheiro e ia a sua "caça", já sabia quase todos seus horários em cada sala, e passava pela porta como quem nao quer nada, ai ele me via e me chamava:
_Venha cá minha bixinha,rsrs
(isso lá no Ceará é uma expressao de carinho, por mais estranho que pareça,rss)...
e eu ia, e me derretia toda, ele beijava minha bochecha (eu ficava vermelha e ia até as nuvens com os pés no chão) e ele dizia:
_ Tá passeando é?
e eu:
_ Ah! a aula ta chata!
E o papo seguia...e perdíamos a noção do tempo falando sei lá o que...

E foi assim que numa bela noite o encontrei dando prova numa sala bem longe da minha...
E foi ai que algo aconteceu...
Primeiro que os alunos adoravam o fato de eu aparecer lá em dias de prova, porquê o C ficava distraido conversando comigo e enquanto isso, eles aproveitavam para colar...nessa noite colaram tanto que acabaram rapidinho a prova e foram embora, e na sala, só restou eu e o C.
Ficamos brincando de desenhar na lousa, demos muita risada, e entao...
Ele me beijou...assim, sem mais nem menos... aquilo jamais havia passado pela minha cabeça por mais que babasse por ele, mas era só isso que pretendia, ser uma fã querida pelo ídolo...e eu já havia conseguido isso, ele me adorava, era sempre um amor comigo...mas esse beijo..ah esse beijo:)
A principio eu recusei virando o rosto, de tão inesperado que era aquilo, mas dois segundos depois, quando ele veio de novo com a boca em minha direção eu aceitei...e tenho que dizer que foi maravilhoso, um beijo daqueles que há tempos eu não dava, um beijo bem dado, um beijo prá valer...com emoção....
Desde que chegara a Fortaleza não havia beijado ninguém...e desde que me entendia por gente, jamais havia beijado um HOMEM,rsrss...sim porque todos que eu já havia beijado em meus anos de experiência(ohhhh) eram só garotos...
Mas o C...oh my God...o C tinha idade para ser meu pai, quase o triplo da minha idade,acho que pirei...
Mas voltando ao beijo, o beijo tinha emoção...e bota emoção nisso...foi O BEIJO!
Durou um super tempão...só parou quando tocou o sinal de fim das aulas, então abrimos nossos olhos e nos olhamos....meu Deus... que vergonha!
quase sai correndo e nem dei tchau, não conseguia mais encará-lo, não naquela hora, não sem antes saber o que era aquilo, o que eu tinha feito, o que tudo aquilo significava....
Então andei rápido meio atordoada em direção a minha sala, a Paula e o Marcio estavam vindo com meu material na mão e a Paula tava brava... eu tinha sumido a aula toda...
já veio me dando bronca mas eu mal conseguia ouvi-la. Fui pra casa meio aérea, e ao chegar lá e por a cabeça no lugar veio o remorso. Como eu podia ter feito aquilo? Por alguns minutos me senti suja...
tinha beijado um homem casado. Meu DEUS! que doida!
Fiquei meio pensativa, meio chateada...mas no outro dia, passou toda chateação e remorso, quando cheguei à escola e recebi aquele sorriso e aquele olhar de cumplicidade, tudo se iluminou!
Contei prá Paula e ela riu muito de mim...era meio ridiculo tudo aquilo...ele era muito mais velho que eu, era disso que ela ria...mas aquilo também era meio perigoso, meio sei lá...
Eu ria junto com as meninas, embora de vez em quando tivesse uns surtos de que aquilo não era uma brincadeira e elas deviam me dar bronca ao invés de rirem ...
Mas quando o encontrava em algum corredor escondida (o que passou a acontecer várias vezes) eu esquecia tudo e me entregava a aqueles beijos...
Foram só beijos, nunca passou disso, eram beijos escondidos nos corredores ou na porta da escola, ou no máximo em um barzinho lá pertinho da escola...
Quem ler isso pode pensar que o cara tava querendo se aproveitar da menininha, e eu garanto que a menininha também aproveitou muito do cara,rsrs...no bom sentido, claro...aproveitei aqueles beijos que eram bons demais, e ele jamais tentou outra coisa, nem mesmo mão boba, nada...
Naquela época não era como hoje que duas pessoas mal se olham e já pensam em sexo (não que isso seja de todo ruim,rss).
Só sei que quando lembro daqueles beijos tenho vontade de beijar daquele jeito de novo...poucas coisas na vida são mais prazerosas do que um beijo bem dado, daqueles em que o encaixe é perfeito...e poucas pessoas conseguem esse encaixe...
E o efeito que um beijo bem dado causa é algo surreal, eu sei que mesmo sem pensar em sexo eu me derretia toda (literalmente falando:P) ...ahhhhh....melhor parar se não isso aqui pode virar um conto erótico daqueles que nem sexo tem e são mais eróticos que qualquer um recheado de sexo...

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