quinta-feira, 6 de novembro de 2008

*Barroco*

O professor de Literatura portuguesa nos desafiou a escrever uma carta no estilo'barroco'...
já faz um tempo isso...mas essa semana ele a trouxe a tona na sala de aula...
e me fez relembrar...o que nunca foi esquecido...
Eu aproveitei pra escrever a ti...no dia tava super 'barroca' mesmo...
e vc me fez ganhar meio ponto...hehe
aliás, o professor disse que nós mulheres somos mesmo 'barrocas' digo...contraditórias...e ele tem razão...eu sou...muito*
...ai ai...hj estou com aquela tristeza tipica de TPM...e ainda por cima hj é dia 06...odeio os dias 6...:(
e eu tenho saudade...vontade...desejo de ti...

... deguste-a...é tua...idiota...meu amor é teu, meu ódio tb...

...Eu não devia escrever-te, não devia gastar mais meu precioso tempo com alguém como tu, deves rir das minhas cartas, deves achar que és unico e incrivelmente especial para essa pobre coitada que nada mais deves ter a fazer na vida, a não ser pensar em ti, e no fundo sei que tens razão, e isso me enfurece. Eu não devia estar aqui escrevendo a ti. Para que? me diga, para que serve minhas palavras? Tu dizias que adorava todas elas, adorava o modo como sou inteligente, dizia-me que devias escrever um livro, que seria uma escritora famosa, de tão bem que escrevia, e agora rejeitas todas estas palavras que tanto disse admirar um dia. Ai, como sou infeliz, como me torturo com tua sombra, viraste um fantasma, me atormentas dias, noites, madrugadas a fio. Como pude acreditar em ti? Como deixei-me levar pelo engano dos teus carinhos? E que carinhos! Agora vivo de lembranças, e de saudades! Em mim há um misto de sentimentos que estão enlouquecendo-me a cada dia.Sinto raiva, mas não uma simples raiva, sinto uma raiva incomum, tenho raiva de todas aquelas que chegam perto de ti, raiva do sorriso que ofereces a cada uma das que te agradam, raiva dos telefonemas que fazes a elas, era a mim que devias ligar, era a mim que ligavas antigamente, e todos os dias, cada vez que respiravas, era a mim que enfeitiçavas com tantas mensagens, e fazia-me a mulher mais feliz do mundo, por fazer com que eu pensasse ser a unica, e minha raiva aumenta quando lembro que acreditei nas tuas mentiras, eu era a sua queridinha, todos viam isso, todos me diziam isso, e eu orgulhava-me, as vezes ria da sua dependência, achava que estarias ligado a mim para sempre, mas depois descobri que muitas outras achavam o mesmo, você fazia com que todas acreditassem ser unicas, e nós, acreditamos.Sinto saudades, uma saudade que aperta o peito, que faz doer o estômago, falta-me o ar, lembro-me das longas conversas que tinhamos sobre a vida, sobre o futuro, lembro-me do teu sorriso, do brilho nos teus olhos quando falava-te dos sonhos que tinha para tua vida, eu enchia-te de elogios, todos verdadeiros, eu sabia que tu podias ir mais longe, e pelos teus olhos que enchiam-se de lágrimas dava para entender que eu era a única que acreditava que tu podias voar mais alto. Pelo menos nesse momento podia de verdade sentir-me unica em tua vida.Eu era a unica que tu tinhas de verdade, e ainda assim, abandonaste-me.Tu ficavas impressionado com o modo como eu conhecia a ti, como conseguia adivinhar teus pensamentos. Ai, como pude não adivinhar o que pensavas sobre mim? Por que? Como sou desgraçada por isso, talvez pelo remorso de pensar que eu sabia quem tu eras, conhecia tuas mais feias historias, e ainda assim, como pude entregar-me de corpo e alma? Como pude amar-te? Como pude ter esperanças? Eu não era uma criança, não era ingênua, eu não poderia ter deixado-me enganar por ti.Mas ainda amo-te, com toda a força que ainda me resta, amo cada fio do teu cabelo, o cabelo que tu não gostava que mexesse,e amo como tu amavas mexer no meu; amo as mãos que tão bem me acariciavam, nenhuma outra tinha tanto poder sobre meu corpo, amo tua voz rouca na madrugada, a voz que fazia-me estremecer, que levava-me aos Céus.Esta confissão é a mais dificil de fazer a mim mesma, amo-te mesmo depois de ter desgraçado a minha vida, me humilhaste, me envergonhaste, me trataste como uma qualquer, e eu odeio-te por isso, fez-me chorar de dor, de alegria, de vergonha, de prazer, de raiva, de amor, de ódio.Não sei se amo-te ou odeio-te mais. Talvez odeie mais, porem nao a ti, e sim a mim, por ter me permitido amar-te.Devias voltar e acabar logo com todo mal que me aflige, devias abraçar-me com ternura e deixar-me adormecer em teus braços, devias dizer-me que tudo foi um mal entendido, devias fazer-me acreditar em ti de novo, devias fazer-me feliz novamente.Perdoaria a ti se me pedisses, porque só em teus braços sinto-me mulher, e eu quero sentir-me mulher de novo, eu não quero outro, quero a ti.Volta meu amor, que eu ainda sou tua.

Um comentário:

MÍDIA DA MÍDIA disse...

Poxa, se o cara não voltar pra ti depois de uma declaração desta...
Mas aí vc não tá sendo barroca, mas romântica! Concordo com vc escrever é muito bom...exorciza nossa sentimentos e deixa a alma mais leve!