sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A tal da morte*

Já faz um bom tempo que ensaio para escrever algo desse tipo aqui...e para ser sincera faltava (na verdade ainda falta um pouco) coragem para começar...
O assunto é em si complexo e pelo menos para mim, assustador.
Devo ter ouvido falar dela (dessa tal de morte) quando ainda era pequenina...e mesmo não entendendo direito o que ela significava eu já sentia medo e ia para a cama dos meus pais no meio da noite cada vez que ouvia falar que alguém morreu....
Aos 7 anos ela entrou na minha família, sem avisos, sem preparação...minha mãe havia acabado de dar a luz ao meu irmãozinho mais novo, estávamos felizes, celebrávamos a vida quando de repente pluft...alguém chega e nos dá uma notícia de morte...era o meu avô, pai da minha mãe, aquela mãe que antes estava tão feliz por ter dado vida a um ser, agora se acabava em prantos por perder seu pai....vida esquisita essa...um nasce, outro morre, eu teria pensado isso se não fosse ainda tão criança...não quis vê-lo morto....tinha pavor de gente morta, fiquei com a vizinha, ou melhor, ela ficou cuidando de mim e do meu irmãozinho que havia acabado de chegar ao mundo...nem sequer tinha noção do q era viver, quanto mais morrer....toda minha família foi lá para a casa da minha vó e depois para o cemitério...as 16h daquela tarde triste e chuvosa ouvi o soar do sino que anunciava o enterro do meu avô...mal lembro dele...mas ainda ouço aquele som ruim tocar em meus ouvidos...já se passaram 22 anos...é uma cacofonia, diria minha professora de latim...um som desagradável aos ouvidos...
Meu avô não era muito velho, e morreu do coração...bem de repente, bem na porta do hospital, que ele tanto odiava, e esse dia resolvera ir, pois não se sentia bem, minha tia insistiu, ele foi, mas quando estava na porta, desmaiou e não mais acordou...
Eu cresci...e a morte tornou-se mais triste, mais confusa, mais temerosa para mim...a vejo como uma inimiga que vem e rouba os sonhos daqueles que acham que terão toda uma vida para realizar...todos sabemos que cada dia pode ser o último, mas não praticamos o 'carpe dien'...as músicas dizem isso, tudo nos alerta, tudo nos leva a pensar, mas não fazemos...é fato! vivemos esperando o dia de amanhã, mesmo tendo consciência de que ele não existe. Somos humanos, teimosos e ainda por cima brasileiros...(no meu caso).
Enfim...alguns tios, parente distantes e outros avós...moreram depois q nasci..mas a pessoa mais próxima que eu "vi" ir embora, foi sem dúvidas a minha vizinha Andreia...já se passaram 2 anos...e a imagem dela é constante em meus pensamentos...ela morava na casa grudada a minha...não tenho muitas amizades naquela rua, até pq saio de manhã para trabalhar enquanto a "rua" ainda não acordou, volto a noite e encontro a "rua" dormindo outra vez...então eu costumava brincar e dizer que a única pessoa daquela rua com quem tinha amizade era minha vizinha do lado direito, pq a do lado esquerdo eu nem sabia quem era...havia um pouco de exagero, e hoje já até sei quem é a do lado esquerdo, mas havia muito de verdade quando falava da vizinha do lado direito...porquê eu gostava dela a beça...quer dizer, eu ainda gosto...quando eu sentava na minha garagem eu a via passar, ela parava no meu portão e fazia alguma piada, contava alguma coisa engraçada...ela gostava de andar descalço igual a mim, ela gostava de vinho, ela amava dar risada, só não gostava de aparecer nas fotos...ela ligava lá em casa e tentava me passar trotes, ela ia toda quarta feira com minha mãe ao extra aproveitar as promoções....ela tb tinha medo de pessoas mortas... uma vez eu passei mal, ela me levou ao médico e nós nos divertimos nos corredores daquele hospital...ríamos até dos sustos q tomávamos...já fomos juntas a velórios e eu não tinha coragem de entrar na sala,ela entrava mas saia rápido e depois ficávamos falando sobre nosso medo dos mortos...
Ela tinha 30 e poucos anos...um filho pequeno...e uma dor de cabeça constante... e um dia a dor foi mais forte que a vida....um dia a dor não quis passar e a levou...e ela deixou em mim uma saudade que doi na alma...por mais de uma semana eu não consegui comer, dormir, acordar, viver...parecia que estava tendo o maior dos pesadelos, na verdade ainda hoje parece...as vezes eu chegava em casa e a via lá do outro lado da rua, ela gritava e me chamava de Maria, ela sabia que eu não gostava e fazia de propóisto para me zuar...eu ria...e a chamava de Maria também para dar o troco e a gente se acabava de rir...era tão legal...
Mas não ouço mais sua voz, não vejo mais seu rosto a não ser dentro da minha memória...
eu luto contra meus pensamentos ruins todos os dias...eu não consigo me conformar....
peço perdão a Deus....e vou seguindo....
penso na Andreia todo dia...quando vou abrir o meu portão eu olho para a casa dela...agora lá tudo é escuridão e tristeza....
ela era a pessoa que morava do lado direito de casa, mas dentro de mim ela preenche todos os lados...ela sabia que era querida por mim, não sei se sabia o quanto...mas isso nem eu sabia...a primeira pessoa que estava ali constante, que eu via todos os dias e que de repente morreu...porquê quando as pessoas morrem e estão distantes, dá a impressão de que não morreram, mas se vc vê uma pessoa direto e ela morre, o baque é pior...
desde 2007 quando isso aconteceu que eu ensaio para vir aqui escrever sobre...e vou sempre adiando por ser um assunto sobre o qual não me agrada falar...
mas essa semana veio a tona quando outra pessoa próxima se foi...não posso dizer que gostava dela tanto quanto da Andreia, pq meu amor pela Andreia não é comparável... mas digo que tá doendo e tá uma confusão dentro de mim...e essa pessoa era ainda mais próxima, era quase que 'de dentro de casa', era mulher de um dos meus irmãos...
duas noites em claro e o pensamento que não consigo desviar...
uma angústia e um inconformismo que me assustam... afinal...não cabe a mim questionar....e essa morte faz eu voltar no tempo e pensar mais na Andreia...então é uma dor que não passa...
se mistura, se prolonga, se alonga...vejo a morte rondando...vejo pessoas muito próximas morrendo, vejo isso crescendo...vejo meu pavor aumentando...
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Meu deus me ajude a confiar mais em ti...
e leve a morte para bem longe daqui...
amo-te meu senhor!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Escola nossa de cada dia*

.:*~Fui a facul ontem depois de algumas semanas de "férias"...sim, entre aspas porquê fiquei devendo nota em duas matérias, então ainda terei que fazer duas provas, ou melhor, uma, porquê a outra já a fiz ontem...mas como ia dizendo, acho estranho o fato de não sentir falta de lá...saio do trabalho e automaticamente vou sentido Itaquera, mesmo quando tenho aula, se não me vigio, pego o metrô do lado errado de tão automático que é ir para casa...automático e BOM:) ...mas é estranho...
Lembro-me da época da escola, adorava ir para lá...mudei de escola, de cidade, mudei tudo várias vezes...do sítio para a cidadezinha, da cidadezinha para Fortaleza, de Fortaleza para São paulo...de manhã para de tarde, de tarde para de noite, da escola pequenina, para uma maior...da que só tinha primário para a do ginásio...enfim...um turbilhão de escolas, de horários, de cidades, de colegas de aula, de professores, de amigos, de mestres, já passaram pela minha vida...sempre (com uma ou outra excesão) gostei da escola...quando pequena, achava tudo festa, mas era aplicada nos estudos e me dava bem...um pouco maiorzinha e tinha a escola como o melhor lugar para se estar, lá eu conhecia todo mundo, tinha montão de amigas e os paqueras também...adorava saber que todos estariam lá todos os dias...e a escola era um ponto de encontro fantástico, e nem precisava marcar dia, nem hora, simplesmente porquê tudo já estava marcado... mas era aplicada nos estudos e me dava bem....depois cresci mais, conheci mais garotas, paquerei mais garotos, e a única coisa que eu não gostava era quando não tinha aula...passava cola, ganhava beijos, fazia bagunça, dava risada, levava bronca...mas eu era aplicada nos estudos e me dava bem... e houve também a época em que a escola era o meu refúgio, lá me sentia em paz, lá era meu canto...e eu não sentia vontade de voltar para casa...lá dividia meus segredos, lá vivia os romances, lá suspirava pelos professores, lá era a queridinha das professoras...lá aprendia sobre a vida, lá descobria um mundo de possibilidades, lá sonhava...lá viajava... mas eu era aplicada nos estudos e me dava bem...

Hoje...só restou a saudade daquela época em que o sistema não era tão mau, e as pessoas...ahhhh eram mais legais...
Já eu...tô fazendo minha parte...
..Não sou mais aplicada nos estudos ...e só me dou mal....

ECA :P
rsss

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Então é dezembro...

...E em meio a correria diária eis que chegamos ao último mês do ano...
O que mais se escuta é:
_nossa, que rápido!
_Parece que foi ontem o natal e já tá ai de novo!
_Nem deu tempo de fazer nada!
etc etc etc...
E eu suspiro e digo:
_Meu Deus! o mundo tá acabando!

A Bíblia diz que no fim dos tempos os dias serão encurtados e coisa e tal...e confesso que às vezes me assusto com essa rapidez do tempo com a qual estamos lidando! Enfim...
A vida e o mistéro que a envolve sempre será motivo de insônia para mim,sou meio besta, meio metida a filosofia, meio preocupada em entender tudo, em querer razões...isso faz um mal danado! mas talvez, só talvez, faça também o contrário...o fato é que me pego sempre matutando e me perguntando isso ou aquilo, na maioria das vezes não há uma resposta para as minhas indagações e eu tenho medo...e fico pensativa, inquieta...assustada! acredito muito em Deus, em seu poder supremo, em seu amor, sua misericórdia...mas sei que minha fé é tão pequenina, como um grãozinho de mostarda talvez, e crer no que não se vê é tarefa para poucos...o engraçado (sei lá se é engraçado) é que vivemos rodeados dos mistérios e necessitamos deles para sobreviver...
Não podemos ver o AR que respiramos, mas sem ele, baubau,não vivemos... nos damos conta quando ele nos falta, que sufoco! quem tem alguma doença respiratória sabe que é literalmente sufocante,que é terrível ficar sem ar! mas nem sabemos como ele é...sabemos que existe e é necessário mas não podemos tocar...SÓ sentir!(só?)... gosto especialmente de uma cena do filme "um amor para recordar" quando a Jamie explica sobre Fé para o Landon...e ela diz: "como pode viver momentos assim, conhecer lugares assim e não ter fé?" e ele diz: "sorte sua ter tanta fé"...dai vem a explicação dela: "é como o vento, não posso ver, mas posso sentir"... e eles estavam sentindo o vento nesse momento e assim fica mais fácil para ele acreditar...
enfim, não era nada disso que ia escrever aqui hj, aliás,isso já está se tornando um hábito, abro essa página com um pensamento e simplesmente sai outra coisa quando meus dedos começam a digitar...vai entender!
Que possamos viver melhor os nossos dias, lembrando sempre que eles não durarão para sempre e que cada ato gera uma consequência .... que nossa fé em DEUS nos leve a fazer o bem,que possamos pedir por MAIS FÉ, como presente de natal...que a gente aprenda a amar as pessoas como a nós mesmos, porque se fizéssemos isso esse mundo não estaria o Caos que está hoje...